No início eram um pavilhão, com cerca de 200 expositores, e a área externa. Hoje a área externa permanece, mas são simplesmente três pavilhões, com nada menos do que 680 expositores oriundos de 40 países. Nesta edição circularam por seus corredores aproximadamente 30.000 visitantes, incluídos os membros das 120 delegações oficiais representantes de 55 países. Há muitas coisas a serem vistas e para isto é preciso tempo e um bom preparo físico, já que os pavilhões do Riocentro têm grandes dimensões. Mas para apaixonados como nós estes números são meros detalhes. É sempre um imenso prazer circular pelos estandes, ver as novidades do setor, colher material técnico e principalmente rever os amigos, durante a maior e mais importante feira de equipamentos de defesa da América Latina. Oficialmente aberta no dia 09 de abril, com a presença do Vice-Presidente da República, do Ministro da Defesa e diversas autoridades militares, a 9ª edição da LAAD nos proporcionou travar contato com o que há de mais avançado em sistemas militares hoje no mundo. Em exposição estática, na área externa, haviam diversos helicópteros: como o AgustaWestland AW-149, uma aeronave de linhas elegantes, ainda que, curiosamente sem as pás das hélices; dois EC725 Super Cougar montados na Helibrás, um da Marinha e um do Exército; o primeiro exemplar do HM-1 Pantera modernizado apresentando painel totalmente digital, piloto automático de quatro eixos, nova caixa de transmissão e novos motores com cerca de 40% a mais de potência; o lendário helicóptero russo Mi-35M Hind, na FAB AH-2 Sabre, cuja robustez e poder de fogo ficam evidentes; e a grande novidade em asas rotativas o não menos famoso S-70B Seahawk, irmão naval do Black Hawk, na Marinha denominado MH-16, uma aeronave altamente especializada em guerra ASW e ASuW, com sistemas de última geração como o sonar de profundidade HELRAS, sistema MAGE de detecção de anomalias magnéticas, sensor FLIR e o potente radar AN/APS-143C.

Ainda do lado externo haviam estandes das três Armas, com variados veículos sobre rodas ou sobre lagartas, destacando-se um CLANF com blindagem adicional em ambas as laterais, um M-113 MB1 versão modernizada pela empresa israelense IMI e um caminhão Mercedes-Benz 4×4 1725/42 (dos quais foram adquiridas 122 unidades), todos estes equipamentos dos Fuzileiros Navais. Outro destaque era a presença de umas das unidades de pré-série do veículo blindado 6x6 VBTP-MR Guarani, equipado com a torreta automatizada REMAX, dos quais 86 unidades serão alocadas para o 33º Batl.Inf.Motorizado, que será responsável pela experimentação doutrinária nos próximos anos dentro od Exército Brasileiro (EB). Nos pavilhões, além dos tradicionais expositores, estavam participando pela primeira vez empresas do Canadá, Chile, Colômbia, Austrália e Emirados Árabes Unidos, este último se destacando com um estande enorme na entrada do pavilhão nº 2, bem em frente do estande de nossos amigos da revista "Tecnologia & Defesa", veículo de imprensa oficial da LAAD 2013. No estande da Odebrecht, gigante da construção civil, entrando no ramo de defesa através da tradicional Mectron, havia um grande painel com a representação gráfica do sistema de defesa aérea russo Pantsyr-S1, montado sobre um chassi MAN 8x8 (que a VW poderia fabricar no Brasil), ao invés do original Kamaz 6350, indicando as possibilidades de participação nacional nas 3 baterias que estão sendo adquiridas ou na fabricação local de futuras aquisições, com transferência de tecnologia. A alemã KMW trouxe para a feira um exemplar do blindado Gepard 1A2, montado com seu sistema de defesa antiaérea de curto alcance composto de radar, diretor de tiro e dois canhões Oerlinkon de 35 mm, dos quais 36 unidades estão sendo incorporadas pelo EB. Embora um pouco ultrapassado para os padrões europeus ainda se mostra útil em um teatro de guerra sulamericano, principalmente para poder acompanhar as colunas blindadas formadas pelos nossos carros de combate Leopard 1A5, do mesmo fabricante.

A francesa Nexter expôs um exemplar de seu interessante obuseiro autopropulsado CAESAR, de 155 mm, com alcance de até 40 km, montado sobre o chassis de um caminhão 6x6, o que lhe permite maior mobilidade, rapidez de utilização e agilidade para escapar de possível fogo de contra-baterias, tendo já sido empregado pelo Exército francês em ações no Afeganistão, no Líbano e em Mali. A brasileira Ares, do grupo AEL / Elbit Systems, apresentou uma plataforma giroestabilizada com sensores para aeronaves denominada ATENA, composta de sensor térmico, câmera CCD diurna e telêmetro laser, semelhante às plataformas oferecidas pela americana FLIR Systems. A gaúcha AEL Sistemas mostrou seu novo capacete aeronáutico denominado TARGO, com sistema de aviônicos integrado (HMA), onde as informações de voo e navegação são aprensentadas no visor do mesmo, aumentando a consciência situacional do piloto. No estande da americana Lockheed Martin havia um mock-up do míssil antitanque AGM 114R-2A Hellfire II, mais recente versão de uma arma altamente letal, testada em combate no Iraque e no Afeganistão, disparado tanto por helicópteros de ataque quanto por UCAV (Veículos aéreos não tripulados de combate), para eliminação de blindados ou veículos transportando possíveis terroristas. No estande da americana Bell estava exposto o modelo 407GT em tamanho real, helicóptero leve armado com pods lança-foguetes ou metralhadoras .50, plataforma FLIR e pintura com camuflagem pixelizada, com capacidade de missão que varia desde ataque aéreo tático e escolta de tropas a reconhecimento, busca e salvamento.

A Agrale, que já produz jipes 4x4 Marruá para o EB, apresentou seu mais novo produto para o setor militar: o caminhão 4x4 AM41 VTNE 2,5 ton., com motor MWM diesel com potência de 165 cv, permitindo-lhe atingir a velocidade máxima de 110 km/h e uma autonomia de 600 km. Em testes, ultrapassou cursos d'água de 1 metro de profundidade sem snorkel, rampas com inclinação lateral de 30º e rampa frontal com inclinação de 60º, demonstrando suas potencialidades. A nossa tradicional Embraer pode finalmente anunciar a vitória na concorrência do projeto LAS (Light Air Support) da US Air Force, que irá fornecer 20 unidades da aeronave A-29 Super Tucano para o Afeganistão, num contrato inicial de US$ 450 milhões, que poderá ser seguido de novas encomendas que atingiriam cerca de US$ 900 milhões no total. Quanto ao novo avião de transporte KC-390 já foi definida a configuração final, esperando-se a montagem de um protótipo para 2014 e a entrega da primeira unidade operacional para 2015. Além disso, duas novas versões desta aeronave foram divulgadas: uma para Busca e Salvamento (SAR) e outra para combate a incêndios florestais, aumentando ainda mais o escopo de atuação e capacidades do KC-390. Sua subsidiária Harpia, uma joint venture com a AEL / Elbit e a Avibrás, se anunciou como a nova "casa brasileira de aeronaves remotamente tripuladas", fornecendo ao mercado militar não só diversas opções de VANTs, como também simuladores, modernização de aviônicos e integração de sistemas optrônicos. Não podemos terminar sem agradecer a atenção e cordialidade com que fomos recebidos mais uma vez no estande da revista "Tecnologia & Defesa", pelos amigos Francisco Ferro, Paulo Maia e Ronaldo Olive, onde a exemplo das outras edições da LAAD, montamos nossa base durante a visita à exposição. Já estamos com saudades da LAAD 2015 !!!