Shayetet 13 - Israel

Membro da unidade israelense Shayetet 13. No detalhe, a insígnia da unidade. Unidade de elite da Marinha israelense, sediada na Base Naval de Atlit,  a Shayetet 13 (Flotilha 13 ou S'13) está entre as mais antigas unidades de forças especiais de Israel, tendo sua origem em 1949 como um pequeno grupo de comandos navais da Hagana, o movimento de resistência judaica contra a ocupação britânica na Palestina. Somente em 1960 a existência  da S'13 se tornou pública e seus membros passaram a ostentar a famosa insígnia alada. Ao irromper a Guerra dos Seis Dias, em 1967, a unidade ainda estava em treinamento e algumas de suas missões durante o conflito não foram bem sucedidas, sendo a mais conhecida a realizada no dia 6 de maio quando seis de seus homens foram capturados e mantidos como prisioneiros de guerra por seis meses. Em 1969, a unidade sofreria um novo revés quando três de seus membros foram mortos e outros dez foram gravemente feridos durante um assalto à Green Island. Porém na Guerra do Yom Kippur, em 1973, homens do S'13 atuando em portos do Egito e da Síria, virtualmente interromperam a navegação de embarcações inimigas ao longo de toda a região sul do Canal de Suez.

As experiências vividas nestes conflitos levaram a uma mudança doutrinária nos anos seguintes, focando-se o treinamento em operações de incursão do mar para a terra, em técnicas avançadas de mergulho, manuseio de botes e caiaques, além de especializações necessárias ao desempenho de suas tarefas. Em 1979, o novo comandante da unidade Amy Ayalon liderou a maior reorganização na estrutura e no regime de treinamento da S'13, proporcionando um maior intercâmbio com outras unidades de elite das Forças de Defesa de Israel (FDI), ao fim da qual ela estava maior, mais bem treinada e muito melhor preparada para o combate. O resultado não demorou a aparecer. No início da década de 80, a unidade teve um envolvimento crescente na invasão do Líbano, colecionando uma série de dezenas de operações bem sucedidas a cada ano, sem ter sofrido uma única baixa no período. Faziam parte de suas missões interceptar e neutralizar barcos com terroristas, destruição de bases ou equipamentos do inimigo, conduzir emboscadas e sabotar as rotas usadas pelos terroristas. Como reconhecimento de suas habilidades e experiência em combate, muitos dos oficiais da S'13 assumiriam o comando de outras tropas de elite das FDI, como a Sayeret Duvdevan, Sayeret Shimshon e Sayeret Egoz.

Mais recentemente, a S'13 esteve profundamente envolvida em missões secretas dentro dos territórios ocupados por Israel, interceptando navios clandestinos carregados de armas e explosivos, bem como inúmeras altamente complexas operações de contra-terrorismo. A Shayetet 13 está dividida em três companhias especializadas que atuam conjuntamente se apoiando mutuamente: Raids (assaltos), responsável pelas incursões do mar para terra, assassinatos de alvos estratégicos, resgate de reféns no mar e contra-terrorismo; Underwater (debaixo d'água), responsável por todas as missões submarinas, tais como reconhecimento hidrográfico, segurança das praias de desembarque e demolição submarina; Above Water (acima da linha d'água), especializada em operar as lanchas rápidas de ataque em cooperação com os navios e submarinos da Marinha israelense, com a missão primária de transportar as outras duas companhias, com segurança e agilidade, até os seus objetivos.

Membros da unidade israelense Shayetet 13 em exercício de incursão.O treinamento dos membros da S'13, todos voluntários, tem duração de 20 meses e é considerado por muitos o mais exigente dentro das FDI, sendo comum exercícios conjuntos com unidades navais de elite estrangeiras, entre elas a US Navy SEAL. O curso é composto das seguintes fases: seis meses de treinamento básico e avançado em uma das brigadas de infantaria das FDI; três semanas na escola de paraquedismo; três meses para aprendizado de manuseio de diversos tipos de armas, elementos básicos de guerra no mar, operação de pequenas embarcações, natação, marcha forçada e técnicas de demolição; quatro semanas na escola de mergulhadores de combate; e um ano no qual os treinandos aprimoram as técnicas de mergulho com sistemas de circuito fechado, de demolição submarina e de incursão do mar para a terra (via mergulho, botes, submarinos ou paraquedas). Ainda nesta fase, passam três meses na escola de contra-terrorismo das FDI, onde aprendem a executar operações de assalto a navios, plataformas petrolíferas ou prédios próximos ao litoral. As armas utilizadas pelos membros da S'13 são basicamente as mesmos das outras forças especiais israelenses, como os fuzis de assalto AR-15 de 5.56 mm e AK-47 de 7.62 mm, submetralhadoras Uzi de 9 mm, pistolas Jericho 941 de 9 mm, granadas de fragmentação M26 e óculos de visão noturna, além de alguns equipamentos específicos como sistemas de mergulho de circuito fechado, botes infláveis, roupas de neoprene e lanchas rápidas. Certamente a Shayetet 13 está entre as melhores unidades navais de operações especiais do mundo, não só por suas técnicas e versatilidade, mas principalmente por sua inestimável experiência em combate.





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