Guerra
do Yom Kippur
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Período |
1973 |
Área
do conflito |
Oriente
Médio |
Protagonistas |
Israel,
Egito e Síria. |
Histórico |
Após
a Guerra dos Seis Dias, em 1967, a fronteira entre Israel e Egito se estendera
até o Canal de Suez. A primeira linha de defesa era o próprio
canal, obstáculo que os israelenses tornaram mais eficaz aumentando
a altura das margens e construindo ao longo delas, uma série de
posições fortificadas, que se comunicavam entre si por meio
de um sistema de estradas, que ficou conhecida como a Linha Bar-Lev. Porém
o Egito estava disposto a recuperar seu antigo território e em
6 de outubro de 1973, com apoio da Síria, iniciou o ataque, abrindo
fogo contra as fortificações israelenses, que no primeiro
minuto receberam um bombardeio de mais de 10.000 granadas. Atacando ao
longo de todo o canal, os egípcios utilizaram equipamentos para
construção de pontes e mangueiras de alta pressão
(para abrir caminho nas altas margens de areia) para atravessá-lo
e quatro horas depois suas divisões de infantaria, blindadas e
mecanizadas, já haviam estabelecido várias cabeças-de-ponte
de até 7 km de largura do outro lado do canal. Na frente sul o
ataque fora realizado pelo 3° Exército e as operações
ao norte foram conduzidas pelo 2° Exército, que obtiveram sucesso
absoluto na travessia do Suez, com poucas baixas e resolveram se manter
na defensiva, aguardando o inevitável contra golpe israelense.
A ofensiva egípcia tomou os isrelenses de surpresa, que comemoravam
nesta data o Dia do Perdão (Yom Kippur, em hebráico). Imediatamente
as Forças de Defesa (FDI) foram postas em alerta total. Nas colinas
de Golan, na fronteira com a Síria, defendida pelas 7a. e 188a.Brigadas
Blindadas israelense, ocorreu o ataque simultâneo de três
divisões de infantaria do Exército sírio, com intenso
apoio de fogo de artilharia, enquanto duas divisões blindadas avançavam
pela Galiléia. Na manhã de 7 de outubro, a 7a.Brigada ainda
controlava suas posições, mas a 188a. fora destruída
e 90% de seus oficiais estavam mortos ou feridos. Mesmo assim os israelenses
resistiram e no dia 10 as tropas sírias estavam arrasadas, perdendo
em cinco dias de combates 867 tanques, centenas de canhões e milhares
de veículos de tipos variados. Decidido a neutralizar a Síria,
para depois concentrar seu poderio contra os exércitos egípcios
no Sinai, no dia 11 de outubro Israel avançou em direção
a Damasco, capital síria, ocupando Mazrat Beit Jan, depois de feroz
batalha de mais de seis horas, a aldeia de Horfa e as estradas transversais
de Maatz. A colina de Tel Shams só foi conquistada no dia 13, pela
31a.Brigada de paraquedistas. No sul os tanques israelenses enfrentaram
vigorosa resistência, com fogo de artilharia e equipes anti-tanques
com mísseis RPG-7 dos sírios, bloqueando seu avanço.
Na manhã do dia 14, conseguiram escapar ao cerco e se dirigir a
Damasco. A tomada do monte Hermon por unidades de Israel, no dia 21, selou
em definitivo o destino das tropas sírias. Mas a ameaça
da União Soviética de intervir diretamente no conflito para
salvar seu aliado, freou o ímpeto do avanço israelense e
na noite de 22 de outubro, ambos os lados aceitaram a proposta da ONU
de cessar-fogo. Na região do canal de Suez, as 217a., 460a. e 600a.
Brigadas Blindadas israelenses atacaram as posições defensivas
dos egípcios ao norte e sofreram pesadas perdas (70 tanques destruídos)
sob o fogo de artilharia, de carros de combate e armas antitanque teleguiadas.
Na guerra aérea não houve vitórias fáceis
para Força Aérea de Israel, que obteve a superioridade através
de métodos clássicos de combates entre caças.
A vantagem numérica dos sírios e egípcios, que contavam
ainda com sistemas de mísseis antiaéreos soviéticos
SA-2 e SA-6, foi superada pela maior destreza de seus pilotos e o alto
desempenho de seus aparelhos. Depois do fracassado contra-ataque, Israel
mudou sua estratégia e decidiu anular os blindados inimigos a leste
do canal e atravessá-lo em direção ao Egito. Preparava-se
o cenário para a maior batalha de tanques desde a Segunda Guerra
Mundial, com 1.500 tanques egípcios contra 500 tanques israelenses,
defrontando-se numa linha de 160 km. Nos
passos de Mitla e Giddi, o 3° Exército egípcio caiu
em uma armadilha montada por uma divisão blindada do inimigo, que
o obrigou a debandar, deixando noventa tanques e vários blindados
destroçados. Na região de Ismaília e El Qantara,
o 2° Exército egípcio teve o mesmo destino perdendo
a maioria de seus blindados para o fogo inimigo. No total, a luta do dia
14 custou ao Egito 264 tanques, grande número de veículos
blindados e mil mortos.
A iniciativa agora era dos israelenses, que cruzaram o canal de Suez ao
norte do Lago Amargo, estabelecendo o controle de uma área de 5
km de largura em território egípcio, isolando as tropas
inimigas na margem leste. A situação crítica de suas
forças e o ameaçador avanço do Exército israelense,
levou o presidente do Egito, Anuar Sadat, a pedir a intervenção
das grandes potências para mediar o conflito, e em 25 de outubro
a luta cessou, com os israelenses abrindo um corredor para as tropas sitiadas. |
Forças envolvidas |
Israel:
217a., 460a. e 600a. Brig.Blindadas (contra os egípcios); 7a.,
14a., 17a., 19a., 20a. e 79a. Brig.Blindadas (contra os sírios);
31a.Brigada paraquedista; carros de combate Centurion, M-48, M-60
e T-54/T-55 (capturados); caças Mirage IIICJ e F-4E Phantom II.
Síria:
1a. e 3a. Div.Blindadas; 5a., 7a. e 9a. Div.Infantaria; carros de combate
T-54. |
Principais batalhas |
Ataque à Linha Bar-Lev, combates pelas colinas de Golan, tomada do monte Hermon, batalha no Vale de Lágrimas, batalhas de tanques nos passos de Mitla e Giddi. |
Resultado
final |
Custo total estimado: US$ 21 bilhões © www.militarypower.com.br |