Armas de Guerra

 

V-22 Osprey - Estados Unidos

O Bell Boeing V-22 Osprey é uma aeronave de transporte militar e carga, tiltrotor (aeronave que gera sustentação e propulsão por meio de um ou mais rotores montados em eixos rotativos, geralmente nas extremidades de uma asa fixa), com capacidades VTOL (decolagem e pouso vertical) e STOL (decolagem e pouso curtos). Ele foi projetado para combinar a funcionalidade de um helicóptero convencional com o desempenho de cruzeiro de longo alcance e alta velocidade de uma aeronave turboélice. O fracasso da "Operação Eagle Claw", a missão de resgate de reféns do Irã, em 1980, demonstrou aos militares americanos a necessidade de "um novo tipo de aeronave, que pudesse não apenas decolar e pousar verticalmente, mas também transportar tropas de combate e fazê-lo em alta velocidade". Além disso, uma força concentrada é vulnerável a uma única arma nuclear. Soluções aéreas com alta velocidade e alcance permitem sua rápida dispersão para reduzir essa vulnerabilidade. Então, o Departamento de Defesa (DoD) iniciou um programa para desenvolver uma aeronave de transporte inovadora com capacidades de longo alcance, alta velocidade e decolagem vertical, e o programa JVX (Joint-service Vertical take-off/landing Experimental) começou oficialmente em 1981, onde uma parceria entre a Bell Helicopter e a Boeing Helicopters receberia o contrato para seu desenvolvimento. A aeronave JVX foi designada V-22 Osprey em janeiro de 1985; em março daquele ano, os primeiros seis protótipos estavam sendo produzidos. O trabalho de produção é dividido: a Bell Helicopter fabrica e integra a asa, naceles, rotores, sistema de propulsão, superfícies de cauda e rampa traseira, bem como integra os motores Rolls-Royce e realiza a montagem final; a Boeing Helicopters fabrica e integra a fuselagem, cabine, aviônicos e controles de voo. O V-22 voou pela primeira vez em 1989 e começou os testes de voo e alterações de projeto; a complexidade e as dificuldades de ser o primeiro tiltrotor para o serviço militar levaram a muitos anos de desenvolvimento. Em 3 de maio de 1986, a Bell Boeing recebeu um contrato de US$ 1,714 bilhão para o V-22 da Marinha dos EUA. Nesse ponto, todos os quatro serviços militares dos EUA tinham planos de aquisição para a aeronave. Mas logo depois o Exército deixou o programa, citando a necessidade de concentrar seu orçamento em programas de aviação mais imediatos. Atualmente o US Army tem planos de adquirir o tiltrotor V-280 Valor, ainda em fase de desenvolvimento pela Bell Helicopters. O US Marine Corps (USMC) começou o treinamento de suas tripulações para o MV-22B Osprey em 2000 e o implantou operacionalmente em 2007, iniciando a substituição de seus CH-46 Sea Knights. A US Air Force (USAF) lançou sua versão, o CV-22B, em 2009. Desde sua entrada em serviço com essas Forças, o Osprey foi empregado em operações de transporte e evacuação médica no Iraque, Afeganistão, Líbia e Kuwait. A Marinha dos EUA começou a usar o CMV-22B para tarefas de entrega a bordo de porta-aviões em 2021.


O Osprey foi a primeira aeronave tiltrotor de produção do mundo, com um proprotor (aerofólio giratório que funciona tanto como uma hélice de avião quanto como um rotor de helicóptero) de três pás, motor turboeixo e nacele de transmissão montada em cada ponta de asa. Para decolagem e pouso, normalmente opera como um helicóptero com as naceles verticais e rotores horizontais. Materiais compostos constituem 43% da fuselagem. Uma vez no ar, as naceles giram 90° para a frente em apenas 12 segundos para voo horizontal, convertendo o V-22 em uma aeronave mais econômica e de alta velocidade. A capacidade STOL é alcançada com as naceles inclinadas para frente em até 45°. A maioria das missões utiliza voos de asa fixa em 75% ou mais do tempo, reduzindo o desgaste e os custos operacionais, permitindo um alcance de translado de mais de 3.800 km e alcance operacional é de 2.220 km. Seus dois motores Rolls-Royce AE 1107C são conectados por eixos de transmissão a uma caixa de engrenagens central comum, permitindo então que qualquer um dos dois possa alimentar ambos os proprotors, caso um deles venha a falhar. O V-22 perde 10% de sua sustentação vertical sobre um projeto de asa inclinada ao operar no modo helicóptero devido à resistência do fluxo de ar das asas, enquanto tem melhor desempenho de decolagem e pouso curtos. Quando em voo em formação, devem manter pelo menos 25 pés (7,6 m) de separação vertical entre si para evitar a esteira do rotor um do outro, o que poderia causar turbulência e potencialmente perda de controle. O V-22 é equipado com um glass cockpit, com quatro displays multifuncionais (MFD, compatíveis com óculos de visão noturna) para piloto e copiloto e um display central compartilhado, para exibir digimaps, imagens do sistema infravermelho frontal, instrumentos de voo primários, navegação (TACAN, VOR, ILS, GPS, INS) e status do sistema. O sistema de gerenciamento de voo do cockpit permite funções totalmente acopladas (piloto automático) que levam a aeronave de um voo frontal para um voo pairado de 15 m (50 pés) sem interação da tripulação. Possui sistemas de controle de voo fly-by-wire com redundância tripla, possibilitando ainda isolar automaticamente possíveis áreas danificadas. Com as naceles apontando diretamente para cima no modo de conversão a 90°, os computadores comandam o voo como um helicóptero. Com as naceles no modo avião (0°), os flaperons, o leme e o profundor voam de forma semelhante a um avião. As naceles podem girar além da vertical para 97,5° para voo reverso. Do total de 458 unidades planejadas, 360 são para o US Marine Corps, 50 para a US Air Force e 48 para a Marinha, a um custo médio de US$ 110 milhões por aeronave, incluindo custos de desenvolvimento. Atualmente o único operador estrangeiro é o Exército do Japão (JGSDF - Japan Ground Self-Defense Force), com a aquisição de 17 unidades.

CV-22B: Variante da US Air Force para o Comando de Operações Especiais. Conduz missões de operações especiais de longo alcance e é equipado com tanques de combustível extras nas asas, um radar de acompanhamento de terreno AN/APQ-186 e outros equipamentos, como o AN/ALQ-211 e o AN/AAQ-24 Nemesis Directional Infrared Counter Measures. A capacidade de combustível é aumentada em 588 galões (2.230 L) com dois tanques internos nas asas; três tanques auxiliares (200 ou 430 gal; 760 ou 1.630 L) também podem ser adicionados à cabine. O CV-22 substituiu o MH-53 Pave Low.

MV-22B: Variante do US Marine Corps, a força líder no desenvolvimento do V-22. Versão de transporte de tropas de assalto, equipamentos e suprimentos, capaz de operar a partir de navios ou aeródromos expedicionários em terra. Ele substituiu as frotas CH-46E e CH-53D.

CMV-22B: Variante da Marinha dos EUA para a função de entrega de cargas a bordo de porta-aviões, substituindo os veteranos C-2 Greyhound.



Origem
   
Estados Unidos
Capacidade
   
4 trip.+ 24
Dimensões
     
Compr.= 17,5m / h= 5,4m
Peso
     
24 ton (máximo)
Velocidade
      500 km/h (máxima)
Motorização
     
2 motores RR AE1107C
com 6.150 hp cada um
Alcance
     
2.220 km (operacional)



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