O
projeto do Challenger surgiu após os cancelamentos da encomenda
feita pelo Irã em 1974 de 1.200 Shir 2 e do projeto MBT-80 que
a Grã-Bretanha desenvolvia com a Alemanha. O carro de combate Shir
2 era um projeto novo, baseado no Chieftain do qual herdara o conjunto
motor, armamento e sistema de controle de tiro, porém o chassi
e a torre redesenhada com blindagem Chobham (feita de camadas sobrepostas
de alumínio, titânio, cerâmica e outros materiais secretos)
contavam com maior proteção contra munição
HEAT. Assim, em 1980 o Ministério da Defesa britânico anunciou
que daria continuidade ao projeto iniciado com o Shir 2, agora rebatizado
de Challenger, encomendando 237 unidades para o Exército, com os
primeiros exemplares entregues em 1983. O armamento principal consiste
de um canhão L11A5 de 120 mm, que pode disparar vários tipos
de projéteis como APDS-T (perfurante), HESH (alto explosivo) e
fumígena, conectado a um IFCS, sistema avançado de controle
de tiro totalmente computadorizado fabricado pela Marconi, e a um telêmetro
a laser. Um total de 64 cargas são transportadas, juntamente com
4.000 cartuchos de metralhadora de 7.62 mm. A suspensão hidropneumática
além de permitir uma excelente dirigibilidade em terreno acidentado,
proporciona uma plataforma de tiro mais estável. Com peso de combate
de 62 toneladas, é impulsionado por um motor Rolls Royce CV-12,
de 12 cilindros, a diesel, que desenvolve 1.200 hp, permitindo-lhe atingir
uma velocidade em estrada de quase 60 km/h.
Passe o mouse sobre
a imagem acima para visualizar o desenho estrutural do Challenger
Em 1998 entrou em serviço no Exército britânico o
Challenger 2, versão mais avançada desenvolvida pela Alvis
Vickers Ltd, com uma encomenda total de 386 unidades. Dotado com o novo
canhão L-30, confeccionado com aço eletroescória
refinado (ESR), montado em uma torre com rotação de 360°
e elevação de -10° a +20°. Está equipado
com uma metralhadora coaxial Boeing e uma metralhadora anti-aérea
GPMG L37 A2, ambas de 7.62 mm. Sua proteção está
garantida pela segunda geração da blindagem Chobham e por
um sistema completo NBC (nuclear, biological and chemical protection).
Está equipado com uma Plataforma de Informações do
Campo de Batalha (PBISA), sistema de navegação inercial
e visor panorâmico giroestabilizado VS 580-10, da empresa SAGEM.
O sistema de visão noturna TOGS II (Thermal Observation and Gunnery
Sight), da Thales Optronics, gera uma imagem térmica do alvo, com
ampliação de 4 a 12x, que é mostrada nos monitores
do atirador e do comandante. Com seu respeitável poder de fogo,
sua eficiente proteção blindada, a ótima mobilidade
e a notável adaptabilidade herdadas do Chieftain, o Challenger
reúne em alto grau as quatro qualidades básicas exigidas
de um bom carro de combate.
Usuários:
Grã-Bretanha, Jordânia e Oman.
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