Submarino classe Scorpene - França

Projeto conjunto dos estaleiros DCN francês e Navantia espanhol, os submarinos da classe Scorpene têm concepção avançada com características stealth (furtivas), cuja estrutura possui poucos apêndices deixando seu desenho "limpo", extremamente hidrodinâmico e silencioso, mesmo medindo cerca de 64 metros e deslocando quase 1.600 toneladas. Aços especiais utilizados em sua fabricação reduzem o peso do casco de pressão, permitindo carregar mais combustível e munição, conferindo-lhe maior autonomia e poder de combate. O elevado nível de redundância de seus principais sistemas visam possibilitar uma média de 240 dias de mar por ano, com capacidade de efetuar mergulhos a mais de 300 metros de profundidade, uma liberdade tática até hoje inédita em submarinos convencionais. Muitos dos equipamentos internos são montados sobre sustentações elásticas do tipo "shock-resistant" comuns em navios de propulsão nuclear, que diminuem as vibrações e conseqüentemente a emissão de ruídos para fora do casco. Assim o Scorpene pode realizar missões anti-submarino e anti-superfície em qualquer condição de mar, além de operações de infiltração e exfiltração de comandos, sempre com alta taxa de discrição. O sistema de combate é o SUBTICS (Submarine Tactical Information and Command System), composto de seis consoles multifuncionais, cada um com duas telas e uma mesa de análise tática, integrando também os sistemas de navegação, de controle de armas e os diversos sensores de detecção de superfície e acústicos (sonares).

 


Para visualizar o sistema SUBTICS na sala de controle, passe o mouse sobre a parte central da imagem

O Scorpene possui alto índice de automação, com sistemas monitorando continuamente o leme, a propulsão, os diversos compartimentos que possam afetar a segurança quando submersos e o controle de avarias ou perigos eminentes, como fogo, presença de gases e perda de pressão. A propulsão é garantida por dois motores diesel com potência unitária de 1.600 hp e um motor elétrico gerando 3.600 hp, permitindo ao Scorpene atingir velocidades de até 20 nós quando submerso. A DCN oferece como opção um modelo equipado com propulsão AIP (Air Independent Propulsion), denominado AM 2000, que pode permanecer em mergulho três vezes mais tempo do que a versão sem AIP, porém com custos operacionais e logísticos bem maiores. O Scorpene possui seis tubos de lançamento de 21 polegadas, podendo transportar 18 torpedos ou uma combinação destes com mísseis. Em missões de minagem sua capacidade é de 30 minas navais. A Marinha do Chile foi a primeira a encomendar, em 1997, duas unidades batizadas de O'Higgins e Carrera, ambas já entregues. Em 2002 foi a vez da Malásia assinar contrato de aquisição também de duas unidades. Mais recente, em 2005, o governo da Índia encomendou seis unidades do Scorpene, a serem construídos naquele país com assistência técnica das empresas francesas Thales e DCN.
Em dezembro de 2008, o Brasil assinou um contrato para o fornecimento de quatro unidades do Scorpene, que serão construídos em um novo estaleiro no país e operados a partir de uma nova base a ser instalada no litoral do Estado do Rio de Janeiro.



Origem
França
Dimensões
comprimento: 63 m / boca: 5,5 m / calado: 6 m
Tripulação
32 membros
Deslocamento
1.450 ton.(superfície) / 1.590 ton.(submerso)
Propulsão / potência
Diesel-elétrica / 6.800 hp
Armamento
18 torpedos / mísseis ou 30 minas navais
Variantes
CM 2000 (propulsão convencional)
AM 2000 (propulsão AIP)

 


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