Míssil
AGM-114 Hellfire - Estados Unidos |
Não
há dúvidas que os mísseis anti-tanque revolucionaram
o combate terrestre e durante a Guerra Fria foram uma resposta à
intensa ameaça que os milhares de tanques do Pacto de Varsóvia
representavam aos países europeus membros da Otan. Porém,
no início eram guiados por fio e até atingirem o alvo obrigavam
o helicóptero lançador a se expor ao contra-ataque inimigo,
numa tática cada vez mais arriscada. O míssil AGM-114 Hellfire
foi a solução para este problema, cuja tradução
significa "fogo infernal", mas que na realidade é um
acrônimo: HELicopter Launched
FIRE and Forget (lançado de helicóptero,
disparar e esquecer). A principal plataforma de lançamento é
o impressionante helicóptero de ataque AH-64D
Apache Longbow, equipado com um sistema de localização
e marcação de alvos (TADS) composto de câmera, visor
infra-vermelho e designador laser, podendo carregar até dezesseis
mísseis em cada surtida.
O sistema de orientação a laser do Hellfire faz com que
o sensor, montado no nariz, siga somente um feixe pré-codificado,
ignorando os de comprimento de onda ou frequência diferentes. O
uso desses códigos permite à aeronave lançar tantos
mísseis quantos forem os iluminadores usados, pois cada míssil
dirige-se para o feixe refletido codificado, possibilitando atacar vários
alvos simultaneamente. A marcação a laser do alvo pode ser
feita pelo próprio helicóptero ou por um observador avançado
em terra. Com peso aproximado de 45 quilos, o AGM-114 possui uma ogiva
composta de uma carga dupla oca, em tandem, de 8 kg, capaz de destruir
praticamente todos os tipos de blindagens dos carros
de combate atuais. Ao atingir o objetivo, a primeira carga da ogiva
faz explodir a blindagem reativa (pequenas cargas que explodem na direção
contrária para diminuir o efeito da explosão do míssil)
e uma fração de segundo depois, detona a segunda carga,
um jato de metal fundido, que penetra o tanque com efeitos devastadores.
Este método permite ao Hellfire perfurar placas de blindagem de
mais de 1,5 metros. Sua
propulsão é garantida por um motor foguete monoestágio
de propergol sólido que não produz fumaça e é
capaz de acelerá-lo a Mach 1, ficando o controle direcional a cargo
de quatro estabilizadores cruciformes, montados na parte dianteira do
míssil. Sua versatilidade permite que ele possa ser utilizado também
para destruir bunkers de concreto e pequenas edificações.
A versão inicial AGM-114A, utilizada pelo US Army desde 1983, teve
mais de 30.000 unidades produzidas. O AGM-114B é a versão
utilizada pelo Marine Corps e pela US Navy. Seguiram-se os AGM-114 C/D/E,
todos experimentais, jamais produzidos em série. A versão
atual é o AGM-114K Hellfire II, cuja produção começou
em 1994, com melhorias nos sistemas eletro-ótico de contramedidas,
buscador laser semi-ativo e piloto automático com seletor de percurso.
O Hellfire II pode ser lançado em condições adversas
como chuva, neve, neblina, fumaça ou campos de batalha parcialmente
encobertos. O binômio Hellfire / AH-64 Apache foi utlizado com grande
sucesso na Guerra do Golfo
("Tempestade do Deserto") em 1990, onde a ação
mais conhecida foi a destruição de um comboio de milhares
de veículos iraquianos que se retiravam do Kuwait em direção
à cidade de Bassora. Extremamente eficaz e letal, o AGM-114 Hellfire
ficou conhecido como o "Destruidor de Carros de Combate". |
Origem |
Estados Unidos |
Comprimento |
1,60
m |
Peso |
45
kg
|
Velocidade |
Mach
1 |
Alcance |
5
km |
Ogiva |
9 kg (dupla carga oca) |
Orientação |
laser |
Propulsão |
propergol sólido |