O
caça F-35 Lightning II na realidade é uma família
de aeronaves de combate de quinta geração, multifunção,
capaz de operar em quaisquer condições de tempo e com
características stealth, idealizado para realizar
prioritariamente missões de defesa aérea e ataque ao
solo. Possui três versões: o F-35A de decolagem e pouso
convencionais (CTOL); o F-35B de decolagem curta
e pouso vertical (STOVL); e o F-35C otimizado para
operar a bordo de porta-aviões. Em 31 de julho de 2015, o primeiro
esquadrão de F-35B do US Marine Corps foi declarado
operacional após intensivos testes. Ao final de 2016 será
a vez dos F-35A da US Air Force e em 2018 os F-35C
já estarão operando a bordo dos navios da US Navy. O
programa Joint Strike Fighter (JSF) surgiu em 1996
com a idéia de se criar uma única aeronave que pudesse
substituir o caça
F-16 Falcon e o caça-bombardeiro A-10 Thunderbolt
II, ambos da Força Aérea, e os caças AV-8B
Harrier e F-18 B/C Hornet da Marinha. Em 16 de novembro daquele
ano foi assinado um contrato para a fase de demonstração
de conceitos, com a participação de dois consórcios
liderados pela Boeing, competindo com seu X-32 e pela Lockheed
Martin, representada pelo seu X-35. O contrato incluía
a construção de uma aeronave demonstradora para três
configurações diferentes do JSF. Após
um longo e criterioso período de avaliação, o
Pentágono anunciou em 26 outubro de 2001 que o projeto da Lockheed
ganhara o contrato para a fase de Demonstração e Desenvolvimento
do Sistema. Embora ambas as aeronaves houvessem atingido ou mesmo
superado os requerimentos operacionais estabelecidos para o JSF, o
desenho do X-35 foi considerado como o de menor risco de
desenvolvimento e com maior potencial de crescimento. O novo caça
foi então designado "F-35", não seguindo a
padronização do Departamento de Defesa para a numeração
de aeronaves de combate. Foram então construídos 22
protótipos, sendo 13 para testes em voo e 8 para testes em
solo. Em abril de 2003, o JSF completou com sucesso a fase
preliminar de revisão de desenho. A revisão crítica
de desenho para o F-35A foi completada em fevereiro de 2006,
para o F-35B em outubro de 2006 e para o F-35C em
junho de 2007. O primeiro voo de um F35-A foi realizado em
15 de dezembro de 2006. Os Estados Unidos planejam adquirir um total
de 2.440 aeronaves nas três variantes. Os F-35 comporão
a maior parte do poder aéreo tático tripulado da US
Air Force, do US Navy e do US Marine Corps nas próximas
décadas. As entregas estão programadas para se encerrarem
em 2037, com uma projeção de vida operacional até
2070. O programa conta ainda com fundos de parceiros internacionais,
países membros da OTAN ou aliados: Grã-Bretanha (138
unidades), Itália (90), Austrália (72), Canadá
(65), Noruega (52), Dinamarca (27), Holanda (37) e Turquia (100) têm
participação ativa em seu desenvolvimento e com ordens
firmes de compra do caça para suas Forças Armadas. Além
destes Israel (50), Coréia do Sul (40) e Japão (42)
selecionaram o F-35 como seu futuro caça, cujo custo
médio por unidade gira em torno de US$ 100 milhões.
Nos detalhes: foto do
capacete HMDS, desenho da versão
F-35B STOVL e foto do painel do cockpit
As partes estruturais em materiais compostos da fuselagem do F-35
totalizam cerca de 30% de seu peso total. Ele será a primeira
aeronave fabricada em série a possuir nanocomposites
estruturais, denominados em inglês carbon nanotube reinforced
epoxy. O F-35 foi desenhado para ter uma baixa assinatura radar
(características stealth) e para tanto contribuem
os contornos de sua fuselagem e o uso intenso de materiais radar-absorventes.
Por isso os ângulos de varrimento são idênticos
para os bordos anterior e posterior da asa e da cauda, a fuselagem
e o canopy têm seus lados inclinados, as bordas do
canopy e as portas do compartimento de armas são serrilhadas,
e os lemes verticais são inclinados em ângulo. Visualmente
o F-35 Lightning II guarda uma certa semelhança com
outro caça da US Air Force também produzido pela Lockheed,
o F-22 Raptor
embora este seja maior, tenha um desempenho superior e cuja missão
primária seja a superioridade aérea. Está equipado
com um radar AESA AN/APG-81 da Northrop, que combina um subsistema
de rádio frequência integrado com uma antena multifunção
e possui capacidade de agilizar a orientação de seu
feixe de ondas eletromagnéticas. A integração
da suíte de guerra eletrônica está cargo do IEWS
(Information & Electronic Warfare Systems) fabricado
pela BAE Systems, também fornecedora de um novo receptor de
alerta radar (RWR) digital. Para aquisição
de alvos e controle do sistema de armas, o F-35 conta com
o Electro-Optical Targeting System (EOTS) que permite
detecção e localização precisa a longa
distância, combinado com um sistema de imageamento termal AN/AAQ-37
DAS (Distributed Aperture System), do qual fazem parte
um sistema FLIR de terceira geração, um designador
laser, uma câmera CCD TV e um sistema de busca e aquisição
por infravermelho (IRST), todos alojados em um compartimento
abaixo do nariz da aeronave provendo uma cobertura de 360º e
permitindo uma maior consciência situacional do piloto. O cockpit
do F-35 está equipado com um único display
panorâmico, com dimensões de 20"x8", com tela
sensível ao toque e comandos por voz. Um avançado capacete
HMDS (Helmet-Mounted Display System) de última
geração com um HUD (Head-Up Display)
integrado ao visor diminuirá a carga de trabalho do piloto
e possibilitará que ele rastreie um alvo, trave nele e direcione
o míssil somente com movimentos da cabeça, mesmo que
o alvo esteja fora de sua linha de visada (off-boresight).
Cada HMDS custa US$ 400 mil. As armas do JSF são
alojadas internamente, em duas baias paralelas a frente do trem de
pouso, cada uma com dois pontos duros que podem receber uma extensa
gama de armamentos do arsenal americano, tais como as bombas JDAM,
CBU-15, JSOW, Paveway IV e SDB (small diameter bomb)
ou mísseis AIM-120C AMRAAM e Brimstone. Externamente
pode carregar mísseis de cruzeiro JASSM
e Storm Shadow ou mísseis ar-ar AIM-9X Sidewinder
ou AIM-132 ASRAAM. Internamente conta com um canhão GAU-22/A
de 25 mm. Sua propulsão está a cargo de uma turbina
Pratt & Whitney F135-PW-100, com empuxo de 191 KN, porém
a variante F-35B (STOVL)
é equipada com uma turbina adicional para prover maior sustentação
vertical, instalada no centro da fuselagem e fabricada pela inglesa
Rolls-Royce. Portas acima e abaixo do compartimento da turbina vertical
se abrem automaticamente quando a mesma é acionada. O programa
JSF é o sistema de armas mais caro da história,
com uma expectativa de custos de cerca de US$ 1,5 trilhões
ao longo de toda a sua vida operacional.
Origem |
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Estados
Unidos |
Dimensões |
envergadura:
11m
comprimento: 15,7m
altura: 4,4m |
Carga
bélica |
8.100
kg |
Peso |
29.900
kg (máx. na decolagem) |
Velocidade |
1.960
km/h (máxima) |
Alcance |
2.800
km (translado) |
Propulsão |
01
turbina P&W F135-PW-100
com empuxo de 191 KN |