Caça
F-15E Strike Eagle - EUA |
O caça F-15 Eagle, projetado e produzido pela McDonnell Douglas (hoje, Boeing), foi introduzido pela Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) como um substituto para sua frota de caças F-4 Phantom II. No entanto, ao contrário do F-4, ele foi projetado para a missão de superioridade aérea com pouca consideração pelo papel de ataque ao solo. Em serviço, o F-15 Eagle tem sido um caça muito bem sucedido, com mais de 100 vitórias de combate aéreo e zero de perdas no combate ar-ar a partir de 2007. Apesar da falta de interesse oficial, a McDonnell Douglas trabalhou discretamente em um caça derivado do F-15, com grande capacidade ar-solo. Em 1978, a USAF iniciou o Tactical All-Weather Requirement Study (TAWRS), que analisou a proposta da McDonnell Douglas entre outras opções e recomendou o F-15E Strike Eagle como a futura plataforma de ataque da USAF. Em 1979, a McDonnell Douglas e a Hughes começaram uma estreita colaboração no desenvolvimento das capacidades ar-solo do F-15E. Em março de 1981, a USAF anunciou o programa Enhanced Tactical Fighter (ETF) para obter um substituto para o F-111 Aardvark. O conceito previa uma aeronave capaz de lançar missões de interdição de profundidade em território hostil, sem o apoio de caças de escolta ou de interferência eletrônica. A General Dynamics apresentou o F-16XL, enquanto a McDonnell Douglas apresentou o F-15E. A equipe de avaliação o testou no período de 1981 a 30 de abril de 1983, durante o qual o ele registrou mais de 200 vôos, apresentou peso de decolagem de mais de 34 toneladas e validou dezesseis diferentes configurações de transporte de armas. Em 24 de fevereiro de 1984, a USAF o escolheu em detrimento do F-16 XL, baseando sua decisão nos menores custos de desenvolvimento do F-15E, seu potencial de crescimento e na redundância de motores. Inicialmente, esperava-se que a USAF comprasse 400 aeronaves, número posteriormente revisado para 392. O primeiro F-15E Strike Eagle de produção seriada foi entregue à 405ª Ala de Treinamento Tático, na Base Aérea de Luke, Arizona, em abril de 1988. A produção continuou nos anos 2000 com 236 unidades produzidas para a USAF até 2001. Tendo uma estrutura mais robusta classificada para o dobro do tempo de vida das variantes anteriores, espera-se que a aeronave permaneça em operação após 2025. Em dezembro de 2012, a frota de F-15E da USAF tinha uma idade média de 21 anos e um tempo médio de voo de 6 000 horas. A missão de ataque ar-solo em profundidade dele é um desvio radical da intenção que o originou, já que havia sido projetado como um caça de superioridade aérea. A estrutura básica, no entanto, mostrou-se versátil o suficiente para produzir um avião muito capaz. O F-15E Strike Eagle, enquanto projetado para ataque ao solo, retém a letalidade de sua excepcional capacidade no combate ar-ar, o que permite que possa se defender de aeronaves inimigas. Sua fuselagem, modificada a partir da versão biplace F-15B, inclui mudanças estruturais significativas e motores muito mais poderosos. A parte traseira foi reprojetada para poder acomodar as novas turbinas, fazendo-se uso de estruturas avançadas com tecnologias de formação de superplástico e ligação por difusão (superplastic forming and diffusion bonding - SPF/DB). O assento traseiro está equipado para um oficial de sistemas de armas, denominado WSO (Weapons Systems Officer), que analisa os dados dos novos aviônicos para armas ar-solo. Este tem à sua disposição várias telas que exibem as informações do radar, dos sensores de guerra eletrônica ou das câmeras termográficas, monitora possíveis ameaças, seleciona alvos e as armas para atingí-los e auxilia o piloto na navegação. O cockpit do WSO é equipado com seu próprio manche e acelerador, e caso seja necessário ele pode assumir o vôo, embora com visibilidade reduzida. Para
ampliar seu alcance, o F-15E é equipado com dois tanques
de combustível conformais (CFT) que abraçam
a fuselagem e produzem menor arrasto do que os convencionais tanques
subalares. Tanques semelhantes podem ser montados no F-15C / D
e variantes de exportação, e a Força Aérea
de Israel faz uso desta opção em suas aeronaves do modelo,
bem como sua variante F-15I do Strike Eagle. Seu
sistema tático de guerra eletrônica (TEWS) integra
todas as contramedidas da aeronave: receptores de alerta radar (RWR),
radar jammer e dispensadores de chaff / flare. Este
sistema inclui um pod ALQ-131 ECM montado externamente
na parte central da fuselagem quando necessário. O sistema
de radar APG-70 permite que as tripulações
aéreas detectem alvos terrestres a longas distâncias.
Uma característica desse sistema é que, após
a varredura de uma área de alvo, a tripulação
congela o mapa ar-solo e volta ao modo ar-ar para eliminar as ameaças
aéreas. Durante o lançamento de armas ar-superfície,
o piloto é capaz de detectar, mirar e engajar alvos ar-ar enquanto
o WSO designa o alvo terrestre. O APG-70 está
sendo substituído pelo radar ativo de varredura eletrônica
(AESA) AN / APG-82(v)1. Seu sistema de navegação
inercial utiliza um giroscópio a laser para monitorar continuamente
a posição da aeronave e fornecer informações
ao computador central e a outros sistemas, incluindo um mapa de movimento
digital em ambos os cockpits. O pod do sistema de
navegação de baixa altitude e infravermelho direcionado
para voos noturnos AN/AAQ-13 (LANTIRN) é montado externamente
sob a entrada do motor direito, permitindo que a aeronave voe em baixas
altitudes, à noite e em quaisquer condições climáticas,
para atacar alvos terrestres com uma variedade de armas guiadas e
não guiadas, dando ao F-15E Strike Eagle
uma precisão excepcional no lançamento de suas armas,
de dia ou noite, e em condições climáticas desfavoráveis.
À noite, a imagem de vídeo do LANTIRN pode
ser projetada no HUD, produzindo uma imagem infravermelha
do solo. O pod de rastreamento de alvos contém um
designador laser que marca um inimigo para destruição
a até 16 km de distância. Uma vez iniciado o rastreamento,
as informações são automaticamente repassadas
aos mísseis ar-superfície ou bombas guiadas. Dependendo
do tipo de missão, os pods LITENING AN/AAQ-28 ou SNIPER
AN/AAQ-33 podem ser montados sob a entrada do motor esquerdo.
O F-15E Strike Eagle pode carregar a maioria das armas ar-superfície
do inventário da USAF. Também é armado com misseis
ar-ar AIM-9 Sidewinder e AIM-120
AMRAAM, para autodefesa, além de possuir um canhão
GE M61A1, de 20 mm, montado internamente com 500 cartuchos,
eficaz contra aeronaves inimigas e alvos terrestres leves. O MIDS
Fighter Data Link Terminal, produzido pela BAE Systems, melhora
a percepção situacional e os recursos de comunicação
por meio do protocolo Link 16. Sua propulsão está
a cargo de duas turbinas Pratt & Whitney F110-PW-129,
com potência unitária de 131 KN. O F-15E Strike
Eagle foi destacado para operações militares no
Iraque, Afeganistão, Síria e Líbia, entre outros.
Durante essas operações, o caça realizou ataques
em profundidade contra alvos de alto valor, efetuou patrulhas aéreas
de combate e forneceu apoio aéreo aproximado às tropas
da Coalizão. Além da USAF (F-15E, 236 unidades),
este poderoso caça também foi exportado para diversos
países: Israel (F-15I, 25 unidades), Coréia
do Sul (F-15K, 61 unidades), Arábia Saudita (F-15S,
68 unidades e F-15SA, 84 unidades), Singapura (F-15SG,
40 unidades) e Qatar (F-15QA, 36 unidades).
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