Blindado
CV90 IFV - Suécia |
O Combat Vehicle 90 (CV90, Sw. Stridsfordon 90 ou Strf 90) é uma família de veículos de combate suecos projetados pela Administração de Material de Defesa da Suécia (Försvarets Materielverk, FMV), Hägglunds e Bofors em meados da década de 1980 e que entrou em serviço na Suécia em meados dos anos 90. O projeto da plataforma CV90 evoluiu continuamente em etapas, de Mk.0 a Mk.IV atual, com avanços na tecnologia e em resposta a mudanças nos requisitos do campo de batalha. A versão sueca do principal veículo de combate da infantaria está equipada com uma torreta da Bofors equipada com um canhão automático Bofors de 40 mm. As versões de exportação são equipadas com torretas Hägglunds série E, armadas com um canhão automático Bushmaster de 30 mm ou 35 mm. Desenvolvido especificamente para o clima sub-ártico nórdico, o veículo tem uma mobilidade muito boa em neve e zonas úmidas enquanto transporta de seis a oito soldados totalmente equipados. Outras variantes incluem reconhecimento, comando e controle, anti-aéreo, recuperação, guerra eletrônica e assim por diante. Atualmente, 1.280 veículos em 15 variantes estão em serviço com sete nações usuárias, quatro das quais são membros da OTAN. Durante a Guerra Fria, em 1983, o Exército sueco necessitava de veículos com alta mobilidade, capacidade de defesa aérea e antitanque, alta capacidade de sobrevivência e proteção. O grupo de projeto "Stridsfordon 90" foi formado por representantes das Forças Armadas suecas (Försvarsmakten), da FMV e da indústria sueca, incluindo Hägglunds e Bofors, que em 1985 finalizaram o projeto. Em 1986, os protótipos para as versões Strf 9040 e Strf 9025 foram encomendados. Cinco protótipos foram construídos mas, antes da entrega em 1988, a versão 90-25 foi descontinuada. Estes protótipos foram testados por extensos ensaios durante três anos, durante os quais os protótipos para variantes especializadas também foram encomendados. As primeiras entregas começaram em 1994. Os requisitos operacionais dos clientes levaram a diversas variantes do CV90, onde as principais diferenças estão na capacidade de sobrevivência e na arquitetura eletrônica. Maior proteção levou a um maior peso de combate do veículo, que subiu de 23 para 35 toneladas. No entanto, com motores a diesel cada vez mais potentes, a relação potência / peso permaneceu aproximadamente a mesma. O sistema de suspensão sofreu melhorias em várias etapas. A versão Mk.III possui uma arquitetura eletrônica digital, sendo o primeiro IFV (Infantry Fighting Vehicle) a incorporar uma suíte de contramedidas defensivas automática, que classifica as ameaças e, no modo automático, pode disparar fumaça e/ou a metralhadora 7.62 mm para evadir-se ou eliminar alvos, bem como instruir o condutor sobre possíveis ameaças. A blindagem básica do CV90 fornece proteção em toda a estrutura contra projéteis de até 14,5 mm. A proteção sobre o arco frontal é classificada, mas todos os modelos do CV90-40B e posteriores são protegidos contra projéteis APFSDS de 30 mm. Algumas variantes, incluindo o CV90-30N, podem ser equipadas com MEXAS (Modular Expandable Armor System), uma armadura de cerâmica destinada a proporcionar maior proteção contra dispositivos explosivos improvisados (IED) e projéteis tipo penetrantes ou perfurantes de 30 mm. Todos os CV90 são equipados com um revestimento chamado Spall, que cobre os espaços internos e fornece proteção extra para as tropas em seu interior. O CV90 também pode ser equipado com blindagem de telas externas, que fornece proteção contra ogivas de carga em tandem e lança-rojões portáteis, tipo RPG. Está equipado com um sistema de filtragem nuclear, biológico e químico (NBC), acompanhado por um detector químico e sistemas de detecção de radiação. Também possui filtros de absorção de calor para fornecer proteção temporária contra imageadores térmicos (TIS), intensificador de imagem e câmera infravermelha (IR). O veículo foi projetado para ter uma estrutura muito baixa e muito compacta para minimizar sua assinaturas de radar e infravermelho. É impulsionado por um motor DS14 desenvolvido pela Scania, que fornece uma potência de 550 hp e pode atingir velocidades de até 70 km/h em pistas pavimentadas. O modelo básico tem um alcance máximo de estrada de 320 quilômetros mas a última geração pode chegar a até 600 quilômetros sem reabastecimento. O CV90 oferece deslocamento mais silencioso para uma melhor furtividade, maior velocidade em terrenos planos e maior distância do solo para proteção contra minas e dispositivos explosivos improvisados (IED). Em abril de 2015, a BAE Systems equipou um CV90 com um sistema ativo de suspensão de amortecimento derivado dos carros de corrida da Fórmula 1. Esta tecnologia calcula a velocidade do veículo e antecipa o terreno à frente, depois pressuriza a suspensão em pontos independentes para levantar o chassi e manter o nível do veículo. A suspensão, que havia sido modificada para se adequar a um veículo blindado de 23 toneladas, aumenta a velocidade em 30 a 40% em terrenos acidentados, ultrapassando os tanques de batalha principais (MBT) que eventualmente acompanhe e diminui a necessidade de aceleração em 40%, proporcionando maior manobrabilidade e estabilidade para efetuar disparos do canhão em movimento, além de reduzir a fadiga da tripulação e os custos de manutenção ao longo do ciclo de vida. O CV90 básico é equipado com uma torre para dois tripulantes armada com um canhão Bofors L/70 de 40 mm e uma metralhadora coaxial de 7,62 mm. Possui ainda seis lançadores de granadas de 76 mm (de fumaça ou explosiva), dispostos em dois grupos de três lançadores posicionados em cada lado da torre. Além Suécia, que adquiriu 549 unidades em múltiplas versões, o CV90 está operacional em outros seis países: Holanda (CV90-35NL / 193 unidades), Suíça (CV90-30CH / 186 unidades), Noruega (CV90-30N / 144 unidades), Finlândia (CV90-30FIN / 102 unidades), Dinamarca (CV90-35DK / 45 unidades) e Estônia (CV90-35E / 44 unidades). O CV90 teve seu batismo de fogo em novembro de 2007, quando blindados do Exército norueguês do 2º Batalhão se viram envolvidos em um pesado combate durante a Operação Harekate Yolo, no Afeganistão. Tempos depois, em maio de 2008, foi usado extensivamente pelas forças ISAF (missão da OTAN no Afeganistão) do Batalhão Telemark do Exército norueguês, quando o batalhão foi atacado por metralhadoras pesadas e granadas de RPG de combatentes do Taleban durante a Operação Karez na Província de Badghis. Em fevereiro de 2010, a Dinamarca enviou dez CV90-35DK ao Afeganistão para reforçar seu contingente na província de Helmand. O contingente dinamarquês havia sofrido numerosas baixas desde que iniciou suas operações na província no outono de 2006. Em abril de 2010, dois CV90 foram atingidos por IED, em ambos os casos, protegendo a tripulação e os passageiros de lesões corporais. A partir da primavera de 2011, a Suécia opera nove CV90 no Afeganistão, onde presenciaram combates com insurgentes em dezenas de ocasiões.
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