Míssil ar-ar Meteor - Europa

O Meteor é um míssil ar-ar além do alcance visual (BVRAAM: Beyond Visual Range Air-to-Air Missile) orientado por radar, desenvolvido pela MBDA, conglomerado europeu formado pela Airbus, BAE Systems e Leonardo. O Meteor oferece uma capacidade multi-shot contra alvos altamente manobráveis a longas distâncias, como caças, UAVs e mísseis de cruzeiro em um ambiente de contramedidas eletrônicas (ECM) pesadas, com alcance bem acima de 100 quilômetros. O alcance máximo é classificado, mas a zona de no-scape de mais de 60 km é a maior entre os mísseis ar-ar, de acordo com o fabricante. O motor a jato de combustível sólido (ramjet) permite que o ele navegue a uma velocidade de mais de Mach 4 e fornece empuxo e aceleração intermediária para interceptar o alvo. Um link de dados bidirecional permite que a aeronave de lançamento forneça atualizações de destino no meio do curso ou redirecionamento, se necessário, incluindo dados de outras aeronaves, como AEW&C. O datalink é capaz de transmitir informações do míssil, como status funcional e cinemático, informações sobre múltiplos alvos e notificação de aquisição de alvos pelo rastreador. O Meteor foi selecionado para atender os requerimentos do Ministério da Defesa britânico para um míssil ar-ar de médio alcance (FMRAAM ou FRAAM) para substituir os Skyflash da RAF, guiados por radar semi-ativo. Como principal armamento ar-ar do Eurofighter, o míssil seria usado contra uma série de alvos de asas fixas ou de asas rotativas, incluindo veículos aéreos não tripulados e mísseis de cruzeiro. Desde o início, o programa Meteor foi o principal catalisador para a consolidação da indústria européia de armas complexas e das sete empresas que responderam à solicitação inicial de informações (RFI) do Ministério da Defesa britânico (MoD), cinco são agora parte da MBDA e as outras duas são as principais parceiras de risco. Sua escolha encerrou uma longa e dura competição entre a Europa e os Estados Unidos, fazendo com que os vencedores europeus marcassem uma posição significativa em um setor de mercado até então dominado pelos americanos. Embora não tenham sido divulgados publicamente detalhes sobre os requisitos de desempenho, eles foram entendidos como exigindo um sucesso de lançamento e zonas de no-scape aproximando-se do dobro dos parâmetros do então míssil de médio alcance "de última geração", o AIM-120 AMRAAM americano. Sua geometria externa seria limitada pela necessidade de compatibilidade com os lançadores de subfuselagem semi-recuados dos Eurofighter Typhoon, que haviam sido projetados para o AMRAAM.

As principais características do requisito incluíam "lançamento furtivo, cinemática aprimorada, que fornecerá ao míssil energia suficiente para perseguir e destruir um alvo de manobra altamente ágil, desempenho robusto em contramedidas e a capacidade do avião de lançamento de disparar e desengajar assim que possível, aumentando assim a capacidade de sobrevivência das aeronaves". Estas exigências foram em grande parte moldadas pela ameaça percebida pelas avançadas versões do Su-27 "Flanker" russo, armado com versões de alcance estendido do míssil Vympel R-77 "Adder". Entrou em serviço na Força Aérea da Suécia em abril de 2016, sendo o primeiro operador do míssil devido à maioria dos testes terem sido feitos no JAS-39. Atingiu oficialmente a capacidade operacional inicial (IOC) com o Gripen em julho de 2016. De acordo com a MBDA, o Meteor tem de três a seis vezes o desempenho cinético dos atuais mísseis ar-ar de seu tipo. A chave para o desempenho do Meteor é um foguete de dutos de aceleração (ramjet) fabricado pela Bayern-Chemie da Alemanha. A orientação terminal é fornecida por um radar ativo, desenvolvido em conjunto pela MBDA e a Thales Airborne Systems e baseia-se na família de buscadores AD4A (Active Anti-Air Seeker) que equipam os mísseis MICA e ASTER. O subsistema ativo de proximidade por radar (PFS), fornecido pela Saab Bofors Dynamics, detecta o alvo e calcula o tempo ideal para detonar a ogiva a fim de alcançar o efeito letal máximo. O sistema possui quatro antenas, dispostas simetricamente ao redor da fuselagem. A propulsão por um motor-foguete com empuxo variável (Throttleable Ducted Rocket - TDR), com um booster sem bico integrado, permite um longo alcance, manter uma velocidade média alta, um amplo envelope operacional do nível do mar até altas altitudes, um envelope de missão flexível via controle ativo de empuxo variável, projeto relativamente simples e logística similar aos dos motores convencionais de combustível sólido. As entradas de ar, fabricadas em titânio, e as tampas que selam os difusores de admissão do compressor permanecem fechadas durante a fase de lançamento. Na trajetória rumo ao alvo, estas entradas e um sistema de válvulas internas regulam a admissão de ar para o motor e a liberação de maior ou menor quantidade de combustível, controlando assim o empuxo e a velocidade do Meteor, dando-lhe uma manobrabilidade e alcance sem igual. Pretende-se equipar os Eurofighter Typhoon da Royal Air Force (RAF), Royal Saudi Air Force, Luftwaffe, Força Aérea Espanhola, Força Aérea Italiana e Força Aérea do Qatar, os F-35 Lightning II britânicos e italianos, os Rafale da Força Aérea Francesa, da Força Aérea da Índia, da Força Aérea do Qatar e da Força Aérea Egípcia, além dos JAS 39 Gripen da Força Aérea Sueca. Com a entrada em operação dos Gripen E na Força Aérea Brasileira nos próximos anos, é possível que o Brasil venha a ser um dos usuários internacionais do Meteor.


Comprimento
      3,7 metros
Peso
   
190 kg
Velocidade
   
Mach 4
Alcance
   
100 km
Ogiva
   
tipo blast-fragmention
Orientação
   
INS e radar ativo
Propulsão
   
ramjet



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