Helicóptero
AS565 Panther - França |
O AS565 Panther é a versão militar do helicóptero multi-propósito bimotor de porte médio AS365 Dauphin, desenvolvido e fabricado pela Eurocopter, atualmente Airbus Helicopters. O Panther é usado para uma ampla gama de tarefas, incluindo assalto de combate, apoio de fogo, guerra anti-submarino, guerra anti-superfície, busca e salvamento e evacuação médica (MEDEVAC). Durante os anos 80, a empresa aeroespacial francesa Aerospatiale decidiu desenvolver uma versão militar do seu popular AS365 Dauphin. A variante civil SA365 N foi usada como ponto de partida para o projeto e desde o início o novo helicóptero foi projetado para realizar operações utilitárias, antitanque, transporte de tropas e operação marítima. Em 28 de fevereiro de 1984, o protótipo designado como o AS365 M e mais tarde chamado Panther, realizou seu primeiro vôo. Um total de três protótipos foram construídos. Em maio de 1986, a Aerospatiale lançou formalmente a produção do AS365 M, quando a empresa anunciou a venda de mais de 400 unidades da aeronave a longo prazo, entre pedidos firmes e opções. O modelo de produção inicialmente designado como AS365 K, foi logo depois redesignado e tornou-se amplamente conhecido como o AS565 Panther. As primeiras versões eram movidas por um par de turbinas Turbomeca Arriel 1M1, porém em 1995, a Eurocopter começou a oferecer versões mais potentes equipadas com a nova turbina Turbomeca Arriel 2C, que acionam não só rotor principal , bem como o dispositivo de rotor de cauda anti-torque do tipo fenestron. O perfil de voo do Panther foi descrito como sendo fácil de manobrar, possuindo generosas limitações de força "g" e um elevado nível de estabilidade. Na configuração de transporte e comando, o Panther pode transportar até 10 soldados totalmente equipados, além do piloto e do copiloto da aeronave. A cabine principal pode ser rapidamente reconfigurada para conduzir vários tarefas, como missões de transporte de tropas, SAR e MEDEVAC. Os equipamentos opcionais incluem um conjunto médico completo, câmera infravermelha FLIR, kit de flutuação de emergência, alto-falante, guindaste de velocidade variável, cinta de carga, farol de busca e uma estrutura de suporte para macas. Vários aviônicos estão presentes no Panther, com algumas variantes equipadas com um glass cockpit com avançada interface homem-máquina (IHM). Possui um display LCD multifuncional com os parâmetros de voo e gerenciamento das turbinas, sistema automatizado de estabilização (ESI), sistema de monitoramento de manuseio (UMS), sistema anticolisão (TCAS), sistema de aviso e alerta de proximidade do terreno (H-TAWS) e um display LCD dedicado de missão equipado com um processador multi-sensor, um sistema de controle de vôo automático de 4 eixos (AFCS), sistema de gerenciamento de vôo (FMS) e um radar de busca avançado. Todos estes sistemas visam fornecer um alto nível de automação como parte de um esforço para reduzir a carga de trabalho dos pilotos. O elemento principal dos Panther configurados para missão de guerra anti-submarino (ASW) é o sonar de longo alcance DS-100 HELRAS (Helicopter Long-Range Active Sonar), sendo um sonar de profundidade equipado com um conjunto descendente de sete elementos de projeção e um conjunto de recepção equipado com oito braços extensores capazes de detectar submarinos até 500 metros abaixo da superfície da água. De acordo com a Airbus Helicopters a família Panther foi qualificada para operar a partir dos conveses de voo de mais de 100 classes de navios da OTAN e está em conformidade com os padrões de normalização da Organização. Seu tamanho compacto permitiu que a aeronave fosse operada a partir de pequenas embarcações oceânicas, como corvetas. Para ajudar nas aterrissagens a bordo em condições de mar agitado e ventos fortes, algumas variantes podem ser fornecidas com o dispositivo de fixação de trava de convés Harpoon hidráulico. O Panther pode ser armado com vários conjuntos diferentes armamentos e munições, dependendo da missão a ser cumprida. Entre eles estão canhões de 20mm, foguetes de 68mm, um máximo de oito mísseis ar-ar Mistral ou um máximo de oito mísseis anti-tanque HOT, todos os quais podem ser montado em um suporte para armas universal. Os sistemas de armas são integrados com uma mira eletrônica Crouzet HDH-2A e com o piloto automático que fornece assistência automática para manuseio de voo durante o disparo de armas para evitar tendências negativas, como queda do nariz da aeronave. Para melhorar a capacidade de sobrevivência, a assinatura do radar é reduzida devido ao uso de materiais compostos em toda a fuselagem e ao uso da cauda fenestron em vez de um rotor de cauda convencional. Tintas especiais para a absorção de sinais infravermelhos também são normalmente aplicadas às superfícies externas, além de dispositivos de diluição dos gases de exaustão das turbinas que podem ser instalados nos motores para reduzir a assinatura infravermelha da Panther. A resistência a danos é aumentada pela adoção de tanques de combustível auto-vedantes e assentos da tripulação blindados. Entre os muitos usuários militares das diversas versões do AS565 Panther está o Exército Brasileiro, que em 1987 adquiriu 36 unidades do então SA365 K Panther (aqui designado HM-1 Pantera), para compor a sua reativada aviação, com os helicópteros sendo montados na brasileira Helibrás. Em janeiro de 2010, esta empresa assinou um contrato para atualizar 34 Panteras AS365 K para o novo padrão AS365 K2. As mudanças incluem novos motores Turbomeca Arriel 2C2CG que produzem 40% mais potência, um glass cockpit com novos sistemas aviônicos e de rádio, um piloto automático de quatro eixos, um novo radar meteorológico, compatibilidade com óculos de visão noturna (NVG) e medidas para reduzir a carga de trabalho do piloto, modernização que prolongará a vida útil da célula por mais 25 anos. Isto permitirá que a aeronave também possa ser utilizada para missões de ataque leve e para tanto estuda-se a aquisição de oito sistemas de armas com lançadores de mísseis (Spike ER, AGM-176 Griffin ou AGM-114 Hellfire), lançadores de foguetes (Skyfire Mk.66 e Mk.100) e duas metralhadoras multicano de alta cadência calibre 7.62mm (Gatling M134D Minigun). Em março de 2014, os dois primeiros helicópteros Pantera K2 foram entregues ao Exército Brasileiro e já em setembro a nova aeronave passou por uma avaliação de operação técnica, tendo claramente demonstrado uma disponibilidade de 98% ao longo do período experimental, abrindo caminho para o prosseguimento do programa de modernização.
|