A FREMM (Frégate Européenne Multi-Mission, em francês; Fregata Europea Multi-Missione, em italiano; fragata européia multifuncional, em português) é uma classe de fragatas multiuso projetadas pelo Naval Group (ex-DCNS) e Leonardo (ex-Fincantieri) para as Marinhas da França e da Itália. O navio líder da classe, "Aquitaine", foi comissionado em novembro de 2012 pela Marinha Francesa, o qual deu nome à classe neste país, enquanto na Itália são conhecidas como classe "Bergamini". Inicialmente, a Marinha Italiana encomendou seis unidades da versão de uso geral e quatro unidades da versão anti-submarino, e a Marinha Francesa encomendou seis unidades da versão anti-submarino e duas unidades da versão de defesa aérea. Foram propostas três versões originais da FREMM; uma variante anti-submarina (ASW), uma variante de uso geral (GP) e uma variante de ataque terrestre (AVT) para substituir as classes existentes de fragatas nas Marinhas Francesa e Italiana. Um total de 27 FREMM deveria ser construído - 17 para a França e 10 para a Itália, no entanto, cortes no orçamento e mudanças nas exigências viram a encomenda francesa ser reduzida para 8 navios. A variante de ataque terrestre (AVT) foi posteriormente cancelada. Uma variante, conhecida como FREDA (FREgates de Défense Aériennes ou fragata de defesa aérea) foi proposta pelo Naval Group em resposta aos requisitos franceses para uma nova fragata de defesa aérea, devido ao cancelamento de dois destróieres da classe "Horizon" após os dois primeiros custarem 1,35 bilhão de euros cada, o que deixou a Marinha Francesa ainda precisando de substituições para suas antigas fragatas de defesa aérea da classe "Cassard". A partir de 2009, o design da FREDA apresenta uma versão mais poderosa do radar PESA (Passive Electronically Scanned Array) e 32 células para lançamento vertical do míssil Aster 30, com alcance de até 120 quilômetros. O sonar rebocado não seria instalado. Na Euronaval 2012, o Naval Group apresentou um novo conceito chamado FREMM-ER mencionando especificamente a missão de defesa contra mísseis balísticos e antiaérea. Esta variante possui uma superestrutura modificada que substitui o PESA pelo novo radar Thales Sea Fire 500, cujas quatro placas fixas lembram as do AEGIS AN / SPY-1 da Marinha dos Estados Unidos. No entanto, diferentemente destes o Sea Fire 500 possui antenas de varredura eletronicamente ativas (Active Electronically Scanned Array - AESA). Os planos originais eram para 17 FREMM substituírem os nove avisos da classe "D'Estienne d'Orves" e nove fragatas anti-submarinas das classes "Tourville" e "Georges Leygues". Em novembro de 2005, a França anunciou um contrato de 3,5 bilhões de euros para o desenvolvimento de oito fragatas, com opções para mais nove que custariam 2,95 bilhões de euros, divididos em dois lotes. Porém, o plano de defesa da França para o período 2014/2019 reafirmou uma meta de fornecer seis unidades da variante ASW da FREMM para substituir as fragatas da classe "Georges Leygues" até 2019, seguidas por duas unidades da variante de defesa aérea para substituir as fragatas envelhecidas da classe "Cassard". Isto permitirá a compra de cinco fragatas de médio porte FTI (Frégate de Taille Intermédiaire) a partir de 2023, cuja versão de exportação foi designada BELH@RRA, que substituirão a classe "La Fayette".

As premissas de planejamento para a Marinha Italiana são de 10 fragatas FREMM (4 variantes ASW e 6 variantes GP) a um custo de 5,9 bilhões de euros, para substituírem as fragatas das classes "Maestrale" e "Lupo". No orçamento de 2013, o governo italiano estabeleceu o financiamento necessário para mais duas variantes de GP (FREMM-IT 7 e 8) e o contrato foi assinado no mesmo ano. Em 15 de abril de 2015, o Parlamento italiano confirmou a construção das unidades 9 e 10, por 764 milhões de euros. Ainda em 2015, o governo aprovou o financiamento para as outras seis a serem entregues à Marinha Italiana (4 variantes ASW e 6 variantes GP). Todas as 10 fragatas FREMM-IT serão equipadas com sistemas de defesa antiaérea, utilizando-se os mísseis Aster 30 e Aster 15 de lançamento vertical. O sistema de controle de tiro CMS SAAM-ESD usa o radar ativo Leonardo MFRA 3D (AESA), uma versão evoluída do radar Leonardo EMPAR PESA (anteriormente embarcado em destróieres da classe "Horizon" e no porta-aviões "Cavour"). As principais armas e equipamentos comuns às duas classes FREMM, francesa e italiana, são o canhão OTO Melara 76 mm Super Rapid, quatro lançadores de torpedos modelo MU 90, convés para helicópteros do porte do NH90 ou AW101, sonar de casco Thales UMS 4110 CL, sistema de contramedidas eletrônicas Sigen MM/SMQ-765 EW. Entre os equipamentos específicos das fragatas francesas podemos citar: 16 células para mísseis antiaéreos Aster 15 ou Aster 30 de lançamento vertical; 16 células para os mísseis de cruzeiro SCALP naval; mísseis MBDA MM-40 Exocet para combate naval e ataque em terra; 02 canhões Nexter de 20 mm operados remotamente; radar PESA Héraklès; radar Terma Scanter 2001; e Thales Artemis IRST. Quanto aos equipamentos específicos das fragatas italianas destacam-se: 16 células para lançamento de mísseis Aster 30 de lançamento vertical; espaço reservado para 16 células para os mísseis de cruzeiro SCALP naval (caso venham a ser adquiridos); Leonardo IRST SASS; radar Leonardo AESA 3D Kronos; radar de superfície (OTH) Leonardo RAN-30X-I; 8 lançadores de mísseis MBDA Otomat Mk.2/A, para combate naval e ataque em terra; 2 canhões Oerlinkon KBA 25 mm operados remotamente; e canhão OTO Melara 127 mm (somente na variante GP). Em 24 de outubro de 2007, foi anunciado que a Marinha Real Marroquina havia adquirido uma fragata FREMM para substituir sua corveta da classe "Descubierta" espanhola. O contrato foi assinado em 2008 e a construção começou no verão daquele ano, sendo a fragata, designada "Mohammed VI ", entregue em janeiro de 2014. O navio marroquino é semelhante à versão ASW francesa, sem os tubos de lançamento para mísseis de cruzeiro SCALP naval, e custou cerca de 470 milhões de euros. Em 16 de fevereiro de 2015, a Marinha do Egito ordenou uma fragata FREMM para que entrasse em serviço antes da abertura do Novo Canal de Suez, como parte de um acordo maior (incluindo 24 caças Rafale e fornecimento de mísseis) no valor de 5,2 bilhões de euros. Para atender o prazo, a França ofereceu a "Normandie", originalmente destinada à Marinha Francesa. Algumas armas e equipamentos foram removidos devido a limitações de exportação para esses itens de tecnologias sensíveis. Em 23 de junho de 2015, o Naval Group transferiu o navio para a Marinha egípcia, que foi rebatizado como "Tahya Misr ".

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