Edição de aniversário

Soldado das Brigadas de Infantaria de Selva

Atuação: Selva amazônica - Brasil


Com uma área de quase 5 milhões de km², equivalente a sete vezes o tamanho da França, a selva amazônica é um ambiente hostil ao homem, por seus animais peçonhentos, rios caudalosos, igarapés, densa vegetação e grande umidade. A sua importância estratégica para o Brasil reside nos seus infindáveis recursos minerais e vegetais e no fato de ter 11.000 km de fronteiras com países vizinhos.

No cumprimento de sua missão constitucional de garantir a integridade do território, o Exército Brasileiro teve de adaptar-se ao desafio, buscando uma doutrina de operações apropriadas ao meio. O primeiro passo nesse sentido foi a criação do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), sediado em Manaus, por onde passam, em cursos ou estágios, os oficiais e graduados que vão servir na região, sob o Comando Militar da Amazônia.

No CIGS são ministrados conhecimentos peculiares ao combatente de selva, tais como: sobrevivência, transposição de obstáculos verticais e horizontais, armadilhas, tiro diurno e noturno, técnicas para transpor cursos de água com pontes improvisadas com cordas, manejo de explosivos, entre outros. A organização das Brigadas de Selva é semelhante à de uma brigada convencional de infantaria, porém adaptada ao meio ambiente onde deve cumprir a missão. O treinamento também é adequado às dificuldades da região, que apresenta perigos de todos os tipos, iminência constante de combate ou ações de emboscada, além da precariedade de suprimentos e comunicações.

O combatente de selva do Exército Brasileiro, normalmente recrutado entre os povos que habitam a Amazônia, destaca-se por sua aclimatação ao ambiente, o que exige abnegação, frugalidade e coragem, colocando-se entre os melhores do mundo, referência internacional quando se fala em guerra na selva, recebendo anualmente no CIGS oficiais de diversos países amigos, incluindo, Estados Unidos, Colômbia, Peru, Grã-Bretanha e França, que aqui vêm aprimorar seus conhecimentos.

A ilustração mostra como os uniformes em uso no CIGS são adequados para a camuflagem na região e passam por estudos constantes que visam aperfeiçoá-los. Além da japona especial que proporcione proteção sem tolher a mobilidade, os coturnos devem ter orifícios de ventilação e saída da água para facilitar a secagem após intenso suor e inúmeras travessias de igarapés. Portam ainda um tipo de ferramenta de múltiplo emprego: Machado, lâmina de facão e instrumento para cavar, servindo ainda como arma individual. Carregam sempre dois cantis devido ao excessivo consumo de água. O fuzil é o ParaFAL, de calibre 7.62 mm e coronha dobrável.

 



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