Soldado do Exército sírio

Atuação: Guerra do Yom Kippur - 1973


Antes de outubro de 1973, era pobre a reputação do Exército sírio como força de combate. Suas fileiras estavam profundamente divididas por fatores étnicos e religiosos e apresentava um incrível recorde de fracassos militares, tendo sido arrasado pelas forças israelenses em 1948 e 1967. Mas há uma série de fatos, a partir de 1970, que fazem parte do jogo e não podem ser ignorados. Nesse ano, o general Hafez al-Assad, líder da Força Aérea síria, tomou o poder através de um golpe de Estado e passou os três anos seguintes gradualmente fortalecendo seu Exército.

Afastou oficiais promovidos por motivos políticos e os substituiu por homens com algum mérito militar, cujo profissionalismo os levara a ter melhores relações com os soldados, levantando o moral da tropa. Assad reequipou suas divisões com tanques pesados, transportes blindados, mísseis e artilharia de origem soviética, recebendo consultores russos para o treinamento de seus homens. Em 1973, aproveitando-se da complacência de Israel, que não via o Exército sírio como uma ameaça às suas posições nas colinas de Golan, a Síria preparou um ataque surpresa com o objetivo de recapturar aquela região, atravessar o rio Jordão e invadir o norte da Galiléia.

O ataque começou às 14h do dia 6 de outubro de 1973 (Guerra do Yom Kippur), com um avanço bifurcado que pegou os israelenses completamente desprevenidos. No setor norte de Golan, a 7ª Divisão de Infantaria, apoiada pela 3ª Divisão Blindada, dirigiu cerca de quinhentos tanques pesados (T-55 e T-62) contra posições inimigas, que contava com apenas cem tanques da 7ª Brigada Blindada. Mais ao sul, no principal eixo do combate, a 5ª e a 9ª Div.Infantaria, apoiadas pela 1ª e parte da 3ª Div.Blindada, empregaram seiscentos tanques contra os 57 blindados da Brigada 188 de Israel, que defendia a passagem de Rafid. O assalto foi conduzido no clássico estilo soviético, com o objetivo de obter sucesso por meio da superioridade numérica e da concentração do poder de fogo.

Porém a estreita frente de combate e o terreno montanhoso revelaram-se pouco indicados para maciças operações com blindados, forçando-os a se deslocar em trilhas fixas, onde podiam ser bloqueadas e atacadas pelos tanques israelenses, com tripulações melhor treinadas e com armamento superior. Apesar de ter abandonado mais de oitocentos carros de combate nas colinas de Golan, a maioria por falta de combustível ou peças sobressalentes, o Exército sírio, através de sua infantaria cobrou um alto preço aos israelenses pela retomada das elevações, em combates desgastantes e sangrentos, mostrando que era uma força com potencial crescente, que não mais deveria ser desconsiderada por seus opositores.

O uniforme deste soldado sugere que ele pertence a uma unidade de elite (as tropas regulares sírias usam uniforme verde-oliva ou cáqui-escuro), possivelmente de comandos ou paraquedistas. A farda parece basear-se no padrão francês, apesar de confeccionada na ex-Alemanha Oriental e como muitos itens do equipamento sírio foi também fornecida ao Exército de Libertação da Palestina. O capacete é de desenho soviético, assim como o fuzil AKMS, de calibre 7.62 mm.

 



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