Forças
Desarmadas |
Nossas Forças Armadas nunca estiveram entre as mais bem equipadas do mundo, nem quando de seu envolvimento no maior conflito armado da História da humanidade. Sempre contaram com equipamentos e recursos aquém de suas necessidades operacionais, ora por falta de verbas, ora por falta de vontade política. Ou melhor dizendo, falta de uma política de defesa nacional. Enquanto a maioria dos países se mobiliza para lutar contra o terrorismo internacional, o Brasil dispensa 44 mil jovens que prestavam o serviço militar, paralisa a construção de meios da Marinha e mantém os aviões da FAB no solo por falta de combustível. Os cortes orçamentários são normais, o que não é normal é sempre prejudicar sobremaneira o Ministério da Defesa. Por que não trocamos fuzis, tanques, navios e aviões de combate, por estilingues, tacapes, canoas e balões? É mais barato. Agora vejamos uma comparação entre os gastos militares de algumas nações, no ano fiscal de 2001: Estados Unidos US$ 396 bilhões, Rússia US$ 60 bilhões, China US$ 42 bilhões, Inglaterra US$ 34 bilhões, França US$ 27 bilhões e Brasil US$ 18 bilhões. À primeira vista parece que aplicamos muito em defesa, mas devemos considerar que este valor engloba o pagamento dos soldos, construção de meios, desenvolvimento e pesquisa, manutenção, aposentadorias eaquisição de novos armamentos. Além do mais, as verbas vêm decrescendo ao longo do tempo. Para quem almeja um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, é pouco. Não dá para participar de Forças de Paz ou de coalizões internacionais nem no "Quirquijistão do Norte". Parecemos um "gigante com pés de barro". Na parada de 7 de setembro tudo transcorre perfeito. Não adianta termos soldados bem preparados, com amor a pátria e cientes de seu dever, e não duvidem nós os temos, se na hora em que forem chamados a atuar não possuírem um equipamento avançado o suficiente para se contrapor às ameaças. E será que elas existem? Claro que sim. Basta olharmos para a vizinhança. FARC aqui, Sendero Luminoso ali, contrabando acolá. Se olharmos para dentro de casa veremos o poder paralelo dos traficantes no Rio e o MST orientado para a luta armada. Estão esperando acontecer o pior para tomar providências? Poderá ser muito tarde. Talvez por termos passado um longo período sob o regime totalitário, os governantes eleitos de 1985 em diante, acharam por bem diminuir o tamanho do aparato militar, sucatearam a indústria de material bélico, que em seus áureos tempos transformou o país no quinto exportador mundial de armas e reduziram, ano após ano, o orçamento para a Defesa, num esforço para evitar a tomada do poder pela força das armas. Tolice. Aprendemos a prezar a democracia e, ironia maior, um dia poderemos precisar desses mesmos militares, hoje rejeitados, bem equipados e treinados para defendê-la. |
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