Mergulhadores de Combate - Brasil
Durante todo o período de ambos os cursos, os voluntários candidatos a MeC são submetidos a condições extremas de provações física e psicológica, sendo enfatizados os atributos de liderança em combate, sensatez, objetividade, improvisação e serenidade quando submetido a situações de risco ou estresse. O clima é sempre mantido o mais próximo possível daquilo que seria encontrado em uma situação operacional real e esta pressão constante faz com que somente cerca de 30 a 40% dos participantes consigam receber a aprovação final e conquistar o almejado distintivo dos MeCs da Marinha do Brasil. Realizar "ações específicas de guerra não-convencional em ambientes marítimos e ribeirinhos" seria a síntese de suas tarefas. Mas as complexas operações anfíbias têm no GruMeC um elemento virtualmente indispensável para que sejam bem sucedidas. Antes de qualquer desembarque, os MeCs são infiltrados no objetivo e devem colher uma gama de informações, como o grau de inclinação da praia a partir de sete metros de profundidade até a vegetação que circunda a areia, produzir um mapa com dados sobre o tipo de solo (areia, pedras, lama, etc), obstáculos naturais e artificiais (passíveis de demolição com explosivos), campos minados e até possíveis edificações e habitantes da área. Igualmente importante é a avaliação das forças de oposição, o que deve ser feito preferencialmente sem que haja o contato com o inimigo, embora estejam sempre preparados para um confronto que seja inevitável. Pode-se afirmar que o sucesso inicial de um desembarque anfíbio encontra-se nas mãos das equipes de MeCs infiltradas nas áreas-alvo dias antes da "Hora H" do "Dia D".
O dia-a-dia dos membros do GruMeC constitui-se numa incontável gama de atividades, que vão muito além do seu constante adestramento, participando de todas as operações anfíbias da Esquadra, no apoio de lançamentos de torpedos e mísseis, em operações ribeirinhas na Amazônia e no Pantanal, assim como exercícios de retomada de navios e plataformas de petróleo. Visando manter-se atualizado nas técnicas mais avançadas em uso a nível mundial, o Grupamento tem procurado realizar intercâmbios com os seus principais congêneres de outros países. Alguns dos armamentos usados pelos MeCs incluem o fuzil de assalto Colt M-4, de 5.56 mm, submetralhadoras Mini-Uzi, de 9 mm, pistolas automáticas Taurus PT 92 AF, de 9 mm, e metralhadoras FN Minimi, de 5.56 mm. Para enfrentar ameaças blindadas utilizam-se do lança-rojão descartável AT-4, de 84 mm, com munição tipo HEAT e alcance efetivo de 300 metros. Os atiradores de elite (snipers) usam o fuzil Parker-Hale M.85, de 7.62 mm, de excepcional precisão (100% de acerto no primeiro tiro, com distância de até 600 metros), equipado com uma luneta Schmidt & Bender 6 x 42, de origem alemã. Equipamentos específicos incluem caiaques Klepper Aerius utilizáveis em qualquer condição climática e podendo navegar em mar aberto, rios e regiões pantanosa; monóculo de visão noturna Mini N/Seas de fabricação israelense, à prova d'água até 20 metros; minas de casco de pequeno porte, utilizadas para sabotar navios ou submarinos ancorados, dentre outros. Os Mergulhadores de Combate da Marinha do Brasil, ainda que em pequeno número, estão altamente preparados para responder a quaisquer ameaças em território nacional, seja no mar, nos rios ou em regiões pantanosas, não medindo esforços para cumprir com êxito as missões que lhes são atribuídas, pois como diz seu lema: "A sorte sempre acompanha os audazes" ("Fortuna Audaces Sequitur"). |