Tropas de Elite


Special Operations Forces (GSOF) - Geórgia

Comandos das GSOF, Geórgia A Geórgia é um país transcontinental, situado entre a Europa Oriental e a Ásia Ocidental. Faz parte da região do Cáucaso, limitada pelo Mar Negro a oeste, pela Rússia a norte e nordeste, pela Turquia a sudoeste, pela Armênia a sul e pelo Azerbaijão a sudeste. Com uma população de 3,7 milhões de habitantes, era uma das Repúblicas da ex-União Soviética, recuperando sua independência em 1991. As Forças de Operações Especiais da Geórgia (GSOF) foram criadas para conduzir operações de comandos, reconhecimento de longo alcance, contra-inteligência militar, contra-terrorismo, contra-insurgência, guerra anfíbia e assimétrica dentro e fora do país. Subordinadas ao Ministério da Defesa  com um comando de nível Brigada, é dividida em várias unidades que são alocadas em diferentes regiões, cidades e áreas estrategicamente importantes da Geórgia. A maioria dos instrutores é composta por veteranos de conflitos anteriores e alguns serviram como no antigo Exército Soviético ou nos serviços especiais da OTAN. Muito esforço foi feito no estabelecimento de um sistema sustentável de desenvolvimento de unidades militares especiais, o que foi alcançado em 1999, quando oficiais já haviam concluído cursos de Rangers do US Army. Desde 2001, o governo intensificou o treino das suas forças de elite em cooperação com os serviços especiais americanos, franceses, britânicos, israelitas e de outros países. O 10º Grupo de Forças Especiais do SOCOM americano foi encarregado de ajudar na criação da infra-estrutura adequada e do campo de treino para as forças de operações especiais georgianas, identificadas pela OTAN como GSOF. Devido à escalada das hostilidades com os russos, no conflito na Ossétia do Sul em 2008, o apoio dos EUA foi interrompido pelos embargos internacionais. Porém após 2014, os exercícios conjuntos entre as forças especiais dos EUA e da Geórgia foram oficialmente renovados e, desde então, são realizados regularmente, com várias certificações sendo alcançadas em 2017, na sequência de manobras multinacionais. As GSOF são, portanto, certificadas e qualificadas pela OTAN para operar um Grupo de Trabalho de Operações Especiais ou SOTG dentro das estruturas da Aliança, o que é exclusivo para países não pertencentes à Organização. Várias unidades de elite foram criadas em 1992 e incluíam a Omega e a Alpha, bem como outra unidade especial não revelada da Segurança do Estado. Em contraste com os seus homólogos soviéticos, as unidades georgianas não eram especializadas em contra-terrorismo, mas sim destacadas para zonas de conflito logo após a sua criação, atuando como recursos de combate e de Inteligência vitais para os militares.

Enquanto a Omega recebia treinamento de instrutores ocidentais, os membros da Alpha eram treinados e chefiados principalmente por veteranos georgianos condecorados da Guerra Soviético-Afegã e ex-oficiais da KGB, bem como oficiais russos da Spetsnaz. A Alpha tinha vários equipamentos militares à sua disposição, incluindo veículos blindados e artilharia, mas operava principalmente secretamente e na época, era a única unidade no país que podia equipar seus soldados com dispositivos de comunicação ocidentais e soviéticos de última geração. Ganhou reputação principalmente por realizar sua missões com grande eficiência e rapidez, com o mínimo de derramamento de sangue possível. Muitos sucessos foram alcançados parcialmente devido ao recrutamento ou ao emprego da ajuda de minorias étnicas. A Alpha seria oficialmente dissolvida em 1995 após vários eventos e julgamentos controversos. Em maio de 2015, foi confirmado que cidadãos georgianos, na sua maioria militares reformados, incluindo antigos membros das forças especiais, estavam lutando com os serviços de Inteligência e segurança do Exército ucraniano. Instrutores georgianos também estiveram envolvidos no treinamento das forças especiais da Ucrânia. No fim daquele ano, ambos os países discutiram uma maior cooperação que permitiria a formação de pessoal das forças especiais ucranianas na Geórgia, especialmente na Escola de Guerra de Montanha. O primeiro envolvimento da Geórgia em operações de manutenção de paz foi como parte da KFOR, missão internacional no Kosovo, liderada pela OTAN. Em 1999, um pelotão composto por 34 membros da unidade recém-formada estava estacionado em Mamuša como parte do contingente turco. Eles se distinguiam por suas ombreiras e boinas, mas usavam equipamento turco. A sua principal tarefa era fornecer segurança à cidade e proteger as minorias étnicas de represálias e violência. Mais tarde, o contingente foi reforçado por uma companhia de infantaria sob comando alemão. Durante a insurreição de 2001 na Macedônia do Norte, o pelotão de forças especiais foi destacado para a fronteira para combater e desarmar as forças insurgentes que pretendiam atravessar para o Kosovo. Em agosto de 2003, a Geórgia enviou um forte destacamento de 70 homens para o Iraque. O contingente consistia em uma unidade de forças especiais, uma unidade de sapadores e pessoal médico. As forças especiais estavam estacionadas em Baiji, no Iraque, onde operaram como Força de Resposta Rápida (QRF - Quick Reaction Force) e sua tarefa era responder aos ataques dos insurgentes às forças da Coligação e outros elementos de manutenção da paz, bem como conduzir patrulhas, fornecer segurança de base, proteção VIP e de comboio em conjunto com os homólogos dos EUA, além de ajudarem na interceptação de contrabando de armas na fronteira iraniana. O contingente abandonaria a sua missão em 2008 devido à eclosão da guerra Russo-Georgiana.

Comando das GSOF, Geórgia No final da missão da ISAF (International Security Assistance Force), de março a outubro de 2014, o antigo Batalhão de Reconhecimento de Montanha foi destacado para o Afeganistão, principalmente estacionado na Base Aérea de Kandahar, no meio do processo de retirada. A missão da unidade era fornecer segurança e realizar patrulhas e operações de combate, bem como instruir unidades de artilharia afegãs. Antes do desdobramento, os soldados do batalhão participaram e se prepararam em extensos exercícios de ensaio de missão com as tropas dos EUA em Hohenfels, Alemanha. Uma companhia reforçada de Rangers foi enviada ao Afeganistão como parte da Operação Apoio Resoluto, ficando encarregada de fornecer segurança e proteção ao QG da missão. Em 2019, as forças de operações especiais foram divididas em dois grupos principais, Comando Operacional Oriental e Ocidental, respectivamente: as formações atuantes e suas subunidades como duas forças autônomas e o Centro de Treinamento de Operações Especiais que contém todas as armas de treinamento e ferramentas para educação: Serviço Financeiro e Contábil; Quartel-General; Forças de Operações Especiais; Batalhão de Operações Especiais; Esquadrão de Operações Especiais Navais (companhia); Batalhão de Rangers; Centro de Treinamento de Operações Especiais; e Companhia de Pessoal. O Batalhão de Operações Especiais com sua Cia de Mergulhadores suplementar são as principais forças de operações especiais destacáveis ar-terra-mar das Forças de Defesa da Geórgia. O principal objetivo da Escola de Operações Especiais é que os candidatos adquiram e dominem os conjuntos de habilidades e conhecimentos necessários para conduzir missões e operações especiais sob pressão física e psicológica extremamente tensa em cenários próximos aos reais. Os critérios de admissão são estritamente restritos a idades entre 21 e 31 anos, inclusive, sendo preferida experiência comprovada em liderança. A duração do curso é de 39 semanas nas quais serão abordadas as seguintes disciplinas: Pontaria; Treinamento de montanha; Assalto Aeromóvel; Topografia Militar; Treinamento Tático; Comunicações; Treinamento de Comandos; Combate corpo a corpo; Preparação de paramédicos; Preparação de especialistas em armas; e Preparação de especialistas em engenharia e demolições. Os cursos adicionais são: Curso Especial Naval; Curso de guarda-costas; e Curso Antiterrorista. Eles estão subordinados ao QG primário, mas como parte dos respectivos comandos militares autônomos, mantêm suas próprias subdivisões, como estados-maiores, comunicações e contra-espionagem, unidades médicas, de logística e de abastecimento, bem como outros elementos de apoio. Espera-se que ambas as unidades realizem todo o espectro de operações especiais, incluindo ação directa, reconhecimento especial e tarefas de apoio nas suas áreas de atuação atribuídas.

O Esquadrão de Operações Especiais Navais fornece os componentes de guerra naval da força e é responsável pelo treinamento e desenvolvimento nessa área. Há sempre pelo menos uma equipe de cada companhia em plena prontidão para o combate, enquanto o restante realiza treinamentos, exercícios e aulas de educação. Em um ciclo constante, vários tipos de exercícios de tiro são exercidos dia e noite por um grupo enquanto outro grupo está treinando em explosivos, um terceiro em combate corpo a corpo, um quarto em especialização em armas e assim por diante. O Batalhão de Rangers foi estabelecido como componente de apoio das SOF em 2009. O Centro de Treinamento consiste em: Escola de Operações Especiais; Escola de Preparação de Rangers; Escola de Snipers (atiradores de elite); Escola de Preparação de Paraquedistas; Seção de Desenvolvimento e Avaliação; e Companhia de Apoio Logístico e Transporte. Para se tornarem membros das forças especiais, os militares precisam concluir com êxito todas as escolas e a qualificação e o treinamento em si são monitorados por instrutores da OTAN. Além disso, as forças especiais dos EUA e da Geórgia realizam regularmente exercícios conjuntos. Os critérios gerais de admissão incluem saúde física, psicológica e durabilidade e a taxa de aprovação dos candidatos para forças especiais nunca excede 10% e geralmente fica em torno de 5%. Para poder ser selecionado é necessário ter servido pelo menos dois anos nas Forças de Defesa. Para se candidatarem à Escola de Rangers (semelhante à Rangers School do US Army), os alunos devem ser membros da ativa e não devem ter mais de 30 anos. Os soldados devem conhecer, no mínimo, todos os princípios e métodos básicos de patrulhamento, emboscadas, ataques e contingências associadas. Eles também devem estar familiarizados com as especificações e capacidades básicas de certas armas de fogo ocidentais e soviéticas, incluindo armas antitanque. A duração total do programa é de 18 a 22 semanas. As Forças de Operações Especiais (GSOF) estão equipadas com os melhores armamentos e veículos disponíveis para o tipo de missão específica que realizam, dos quais podemos citar: pistolas semi-automáticas Glock modelos 17, 18 e 19 Gen4, todas calibre 9mm, submetralhadoras Heckler&Koch MP5SD e MP5K, ambas cal. 9mm, fuzis de assalto Colt M4 Commando cal. 5.56mm, metralhadoras IWI Negev e FN Minimi, ambas cal. 5.56mm, fuzil sniper M110 cal. 7.62mm, fuzil anti-material Barrett M82 cal. 12.7mm, e míssil antitanque FGN148 Javelin. Para patrulha e reconhecimento são utilizados veículos blindados leves 4x4 como o Otokar Cobra turco e o M1151 Humvee americano.




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