O DRA / AAD / DEE 10 * ou
ARD 10 (em inglês: Army Reconnaissance
Detachment 10 - Destacamento de Reconhecimento do Exército
10) é uma unidade de forças especiais do Exército
Suíço responsável por conduzir atividades antiterroristas
em seu território e no exterior. O ARD 10 é
uma das duas unidades de operações especiais da Suíça.
A outra, o MP Spez Det. concentra-se principalmente em questões
domésticas. Como parte das reformas do programa "Exército
XXI", o relatório de outubro de 2001 para a Assembléia
Federal solicitou a formação de uma unidade de elite
capaz de conduzir ações do tipo antiterrorista para
proteger cidadãos suíços e soldados que vivem
no exterior. Em 2003, a unidade foi criada tendo o major Daniel Stoll
como primeiro comandante e 30 soldados com treinamento em forças
especiais formando seu núcleo, com uma estrutura organizacional
baseada no Special
Air Service (SAS) britânico. A unidade foi revelada
ao público durante o Dia do Exército de 2007 em Lugano.
Alguns criticaram a criação do ARD 10, dizendo
que poderia conduzir ações que poderiam colocar civis
em perigo, contrariamente à sua missão original. O Zeit-Fragen,
um jornal semanal, também afirmou que o ARD 10 seria
um golpe para a neutralidade suíça, dizendo que situações
de crise envolvendo seus cidadãos seriam sempre resolvidas
por meio de negociações. Acredita-se que o primeiro
grupo de operadores recebeu treinamento de instrutores do SEAL
da Marinha dos Estados Unidos, dos Green Berets do US Army
e do Serviço Aéreo Especial (SAS). O ARD
10 tem como tarefas principais: Segurança de instalações-chave;
Proteção de cidadãos suíços em
caso de perigo interno; Proteção de cidadãos
suíços de áreas de crise no exterior; Ação
Direta; e Reconhecimento Especial. Os candidatos em potencial, tanto
homens quanto mulheres, devem participar dos 18 meses de treinamento
de forças especiais após completarem seu serviço
obrigatório no Exército Suíço (mais de
300 soldados se candidatam mas apenas 10 são escolhidos para
treinamento como operadores da unidade), com 6 meses dedicados ao
treinamento básico, que abrange técnicas em combate
corpo a corpo, uso de explosivos, paraquedismo e Inteligência,
bem como noções de Direito e Geografia.
Passada esta fase, seguem-se 40 semanas de treinamento especializado,
incluindo: Especialista em Montanha; Especialista Anfíbio;
Especialista em Paraquedas; e Especialista em Veículos. Entre
os requisitos de aptidão física mínimos de qualificação
para o curso, estão: 50 flexões, 60 abdominais, 10 barras
fixas, 5 km de corrida cross-country em menos de 24 minutos;
8 km de caminhada com equipamento de combate completo (pacote de 15
kg) em menos de 58 minutos; 25 km de caminhada com equipamento de
combate completo (pacote de 25 kg) em menos de 3,5 horas; e 300 m
de natação em menos de 10 minutos. Outros requisitos
incluem ter um bom domínio da língua inglesa, falar
outro idioma além do inglês e ter habilidades de liderança.
O Exército Suíço não institui um limite
de idade para soldados que desejam se juntar ao ARD 10. Seus
operadores são equipados com o fuzil de assalto SIG SG 553
calibre 5.56mm, com vários acessórios táticos
e de visão noturna, rifle de precisão (sniper)
Sako TRG-42 calibre .338 Lapua Magnum (designação
em serviço SSGw 04), submetralhadoras Heckler
& Koch MP5 SD3 calibre 9mm, pistolas semi-automáticas
Glock 17, Glock 26 e SIG P220, todas calibre 9mm. O
principal veículo leve 4x4 é uma versão militar
do Mercedes-Benz Classe-G. Houve apelos ao governo suíço
para utilizar operadores do ARD 10 para combater piratas
somalis, sem consenso no Parlamento, com um porta-voz do Exército
dizendo que a unidade estaria pronta para ser implantada caso a ordem
fosse dada. Os operadores da unidade deveriam ser secretamente infiltrados
na Líbia para resgatar dois reféns mantidos por Gaddafi
devido à prisão de seu filho na Suíça,
sob a "Operação SAKR", mas os reféns
foram libertados após negociações entre os dois
países e após detalhes da operação terem
vazado para a imprensa. Em agosto de 2021, equipes ARD10
foram enviadas para o Afeganistão para auxiliar na evacuação
de cidadãos suíços que estavam deixando Cabul,
após o Talibã capturar a capital. Na guerra russo-ucraniana,
seus operadores ajudaram a evacuar a equipe diplomática suíça
de Kiev em fevereiro de 2022 e forneceram proteção ao
presidente Ignazio Cassis quando ele visitou o presidente Zelensky
em outubro do mesmo ano.
(*)
A Suíça possui quatro línguas oficiais, devido
à peculiaridade de seu território e à origem
das etnias que a compõem, portanto a unidade possui designações
distintas: em alemão, Armee-Aufklärungsdetachement
10 / AAD; em francês, Détachement
de Reconnaissance de l'Armée
10 / DRA; em italiano, Distaccamento
d'Esplorazione dell'Esercito 10
/ DEE.