Guerra
do Afeganistão
|
Período |
1979
-1984 |
Área
do conflito |
Ásia
Central |
Protagonistas |
Rússia
e guerrilheiros afegãos mujahedin |
Histórico |
Em
29 de novembro de 1979, o general soviético Viktor Paputin voou
para Cabul, capital do Afeganistão, presumivelmente com a tarefa
de convencer o então primeiro-ministro Hafizullah Amin a entregar
o governo a Babrak Karmal, exilado desde 1978, e apoiado pelos soviéticos.
Amin resistiu às pressões e a recusa selou seu destino.
Nas semanas seguintes, mais de 100.000 homens de unidades motorizadas
soviéticas, apoiadas por blindados
e artilharia, ocuparam posições junto à fronteira
afegã. Em 24 de dezembro, unidades da 105ª Divisão
Aerotransportada de Guardas começaram a aterrissar no aeroporto
de Cabul, estabelecendo uma cabeça-de-ponte, de onde iniciaram
sua ofensiva, capturando várias bases aéreas, os prédios
do Ministério do Interior e da central telefônica. Cerca
1.500 conselheiros militares que atuavam no país sabotavam equipamentos
do exército afegão e desestimulavam qualquer tipo de resistência
por parte das tropas oficiais. No dia 27, uma coluna de VBTT cercou o
palácio do governo, que foi tomado de assalto por paraquedistas.
Na luta que se seguiu, Amin foi morto e Babrak Karmal assumiu o poder.
Sem resistência, outras quatro divisões chegaram ao Afeganistão:
a 66ª e a 357ª Divisões Motorizadas seguiram para Herat
e Kandahar, a noroeste e ao sul; a 201ª e a 360ª divisões,
com tanques T-54 e T-62 cruzaram o rio Amu Darya e atingiram Bagram. A
princípio, os soviéticos deram prioridade ao controle das
áreas urbanas e linhas de comunicação. Mas com o
exército afegão desmoralizado na luta contra os guerrilheiros
mujahedin, os soviéticos tiveram que mudar de tática, empregando
suas tropas em incursões
terrestres, apoiadas por veículos blindados e maciços ataques
aéreos e assaltos com helicópteros. Os mujahedin, liderados
por Ahmed Massoud, bem treinados e armados pelos chineses e americanos
com fuzis AK-47, canhões
anti-aéreos ZU-23, minas e lança-granadas RPG-7, conheciam
a região melhor do que ninguém, atacando os comboios inimigos,
infringindo-lhes pesadas perdas e fugindo em direção às
montanhas. Até 1984, haviam resistido no vale de Panjshir a seis
ataques em larga escala. Trata-se de um vale estreito de mais de 100 km,
circundado por altas montanhas, ideal para a luta de guerrilhas. Na Operação
Panjshir 5, em maio de 82, um batalhão soviético foi helitransportado
para uma posição elevada, enquanto a Div.Motzda.Nevel-Polotsk
com tanques T-62 e VBTT subia o vale. Porém os guerrilheiros atacaram
o Batalhão no cume impondo-lhe muitas baixas e em seguida bloquearam
o avanço da Div.Motzda. submetendo-a a um ataque constante nas
estreitas estradas do vale, caindo vitíma dos campos minados da
guerrilha. Na Operação Panjshir 6, em agosto, os soviéticos,
agora mais cautelosos, fizeram um bombardeio preparatório realizado
por aviões e helicópteros
armados Mi-24. As tropas avançaram, consolidando cada estágio
com ataques secundários aos vales laterais, para cortar as rotas
de fuga dos mujahedin. Em abril de 1984, o comando soviético lançou
a sétima ofensiva contra o vale do Panjshir, mobilizando 20.000
homens, seiscentos blindados e sessenta helicópteros, com mais
de trinta incursões aéreas diárias sobre as posições
guerrilheiras. O líder Massoud recuou com seus homens para regiões
menos expostas e passou a efetuar atentados nas cidades contra alvos militares.
No final de 1984, após todo o desgaste sofrido em termos materiais
e em sua imagem junto a outros países, a União Soviética
retirou suas tropas do Afeganistão, deixando seu aliado Babrak
Karmal entregue à própria sorte. |
Forças envolvidas |
Rússia: 110.000 homens (20.000 baixas, sendo 5.000 fatais); carros de combate T-54 e T-62; veículos VBTT; helicópteros Mi-8 Hip, Mi-24 Hind e Mi-26; aviões de ataque MIg-23; custo anual da invasão US$ 3 bilhões. Guerrilheiros mujahedin: 10.000 homens com apoio financeiro e material de chineses, americanos, egípcios e paquistaneses. |
Principal batalha |
Campanhas pelo domínio do Vale do Panjshir. |
Resultado
final |
Sem o apoio das tropas soviéticas e com o exército afegão praticamente desmantelado, Brabak Karmal foi deposto pelos guerrilheiros mujahedin que implantariam um regime muçulmano ultra tradicionalista, o Talibã, permanecendo no poder até a recente invasão americana, em 2001, em represália ao apoio dado a Osama Bin laden e sua organização terrorista Al-Qaeda. Custo total estimado: US$ 116 bilhões © www.militarypower.com.br |