Encravado na Ásia Central, sem acesso ao mar, o Afeganistão
é um país montanhoso e árido, pouco desenvolvido.
Mas estava na área de influência estratégica da
Rússia dentro do mundo islâmico e principalmente como base
avançada para se chegar rapidamente ao Golfo Pérsico.
Em 1978, um golpe de estado, chefiado por Nur Mohamed Taraki, apoiado
por Moscou, instalou o regime comunista no país.
Em 1979, o primeiro-ministro Hafizullah Amin depôs o próprio
Taraki e desencadeou uma violenta repressão contra os rebeldes
islâmicos. Alegando um pedido de ajuda do governo local, forças
russas invadiram o território afegão, colocando na presidência
Babrak Karmal. Era o início de um conflito de consideráveis
proporções. Estima-se que o total de efetivos das tropas
russas envolvidas fossem de 120.000 homens, cujas unidades eram substituídas
de seis em seis meses. Porém no início apenas uma pequena
parte desse efetivo atuava diretamente contra os revoltosos, pertencentes
à 201a. Divisão Motorizada de Rifles.
Para poupar a infantaria, os russos fustigavam constantemente as posições
do inimigo com ataques aéreos, utilizando caças-bombardeiros
e helicópteros Hind.
Instalados em grandes acampamentos, com material pesado, o Exército
russo não tinha a mobilidade necessária para enfrentar
os guerrilheiros afegãos, que escondidos nas montanhas, as quais
conheciam minuciosamente, castigavam as tropas russas que se aventuravam
pelos estreitos caminhos da região e derrubavam os Hind com suas
armas leves. A Rússia jamais os subjugou e anos mais tarde sairia
da guerra desmoralizada.
O soldado de infantaria está equipado para o inverno, com sobretudo
marrom-cinza e botas de couro, de cano alto, com gorro de pele artificial
cinza. Primeiro-sargento de uma unidade motorizada de carabineros, tem
sua arma de serviço identificada pelos distintivos vermelhos
na gola do casaco, enquanto a patente é indicada pelas faixas
nas alças do ombro. O armamento consiste num rifle de assalto
AKM, calibre 7.62 mm e uma pistola, além de uma baioneta que
também pode ser usada para cortar arame farpado. Fabricada em
grandes quantidades a AKM não oferece muita precisão a
distâncias médias, mas combina simplicidade de operação
com alto poder de fogo. No final dos anos 70 começou a ser substituída
pela AKS, arma semelhante, mas de calibre 5.45 mm.