Caça
MiG-29 "Fulcrum" - Rússia |
O escritório de projetos Mikoyan trabalhava em diversos estudos de caças quando o MiG-29 foi escolhido para ser desenvolvido e entrar em produção em 1972, porém só viria a se tornar plenamente operacional a partir de 1983. A nova aeronave deveria substituir as duas gerações anteriores, que incluiam o MiG-21 e o MiG-23, em missões de superioridade aérea e ataque. Teria que ser capaz de enfrentar os mais recentes caças americanos e interceptar os bombardeiros de baixa altitude, sem deixar de seguir os padrões soviéticos de facilidade e economia de produção, simplicidade de manutenção e capacidade de operar em bases remotas escassamente equipadas. O produto final foi um avião que conjugava uma manobrabilidade assombrosa, algumas características de desenho e o tipo de sistema de controle de tiro integrado que os projetistas do Ocidente estavam tentando aperfeiçoar. Em 1974, quando o F-15 Eagle entrava em serviço com a USAF e os protótipos do F-16 Falcon e do F-18 Hornet estavam preparados para voar, o escritório Mikoyan concluía o projeto detalhado de seu novo caça. As qualidades de voo eram de grande importância e após minuciosos estudos obteve-se a aerodinâmica exata, demonstrada nos mais diversos festivais aéreos através de manobras ousadas que não podiam ser executadas pelos caças ocidentais. Designado pela OTAN como "Fulcrum", o MiG-29 apresenta uma configuração semelhante ao caça Su-27 "Flanker". Ambos têm as turbinas bastante separadas entre si, de modo que a fuselagem possa gerar grande parte da sustentação no ar, além de dificultar que uma das turbinas seja danificada caso a outra seja atingida. A dupla deriva ajuda a manter o controle em altos ângulos de ataque e os hipersustentadores do bordo de ataque das asas proporcionam sustentação adicional durante as manobras. Em sua estrutura foram utilizadas diversas partes produzidas em compostos a base de carbono e outras ligas avançadas de metais, que contribuíram para diminuir seu peso. Outra inovação é o sistema das tomadas de ar utilizadas para evitar a aspiração de objetos estranhos durante as operações em pistas semipreparadas: quando em terra, as tomadas de ar principais ficam fechadas por escotilhas e o ar é admitido para as turbinas através de tomadas auxiliares que ficam nos prolongamentos das asas. A versão básica do MiG-29 possui um cockpit pouco sofisticado, com muitos mostradores analógicos e comandos um pouco pesados, justificado pela doutrina soviética de buscar economia e viabilidade, no intuito de proporcionar ao piloto apenas os instrumentos indispensáveis.
Seu radar atual é o N-010 Zhuk com diversos modos de operação, que incluem a capacidade de seguir o perfil do terreno e modo cartográfico. Este atuando em conjunto com um sensor de busca e acompanhamento por infravermelho (IRST) montado no nariz do caça, com ambos ligados a uma mira montada no capacete do piloto, lhe permite selecionar um alvo para os mísseis ou para o canhão, apenas com um movimento da cabeça na direção do mesmo. Para aproveitar ao máximo este eficiente sistema de detecção e pontaria, o MiG-29 leva uma impressionante variedade de mísseis. Para combate além do alcance visual (BVR) dispõe do míssil de médio alcance R-27 (AA-10 "Alamo"), em versões orientadas por radar ou infravermelho, e do avançado R-77 (AA-12 "Adder"). Para o combate próximo conta com o formidável R-73 (AA-11 "Archer"), um vetor para dogfight muito mais eficaz que seus antecessores. Os programas de modernização da aeronave e as evoluções naturais do projeto, como as recentes versões MiG-29M e MiG-29SMT, permitiram incorporar aviônicos de última geração e displays multifunção com telas de cristal líquido (glass cockpit), maior carga bélica, maior alcance, radar mais eficiente, novo sensor IRST, controles digitais fly-by-wire e novos sistemas de navegação e controle de tiro. A Força Aérea russa assinou um contrato para a modernização de 150 unidades de seus mais de seiscentos MiG-29 para o padrão SMT que compreende, além das melhorias citadas anteriormente, probe para reabastecimento em voo e o novo radar Phazotron Zhuk-ME capaz de acoplar dez alvos simultaneamente a uma distância de até 245 km. Hoje estão em operação em todo o mundo mais de 1.600 unidades do MiG-29, em serviço com as seguintes Forças Aéreas: Alemanha, Argélia, Bangladesh, Bielorússia, Birmânia, Bulgária, Cuba, Eritréia, Hungria, Índia, Irã, Cazaquistão, Malásia, Coréia do Norte, Peru, Polônia, Romênia, Eslováquia, Rússia, Sérvia, Síria, Sudão, Turquemenistão, Ucrânia, Uzbequistão e Iêmen. Curiosamente, após a unificação da Alemanha em 1990, a Luftwaffe herdou 24 MiG-29 da ex-Alemanha Oriental, que foram operados por seus pilotos em um esquadrão criado especificamente para estes caças, e que em combates simulados com outras aeronaves da OTAN foi capaz de superá-los em manobrabilidade e versatilidade em muitas situações. Embora projetado na década de 70, o MiG-29 é uma aeronave de linhas limpas, bem desenhado, com ótimas características aerodinâmicas e de preço acessível, qualidades estas que conjugadas às recentes modernizações, fazem dele um caça ainda extremamente letal, mesmo no moderno cenário da guerra aérea. |
Origem |
Rússia |
Dimensões
|
comprimento:
17,3 m / envergadura: 11,4 m / altura: 4,7 m |
Peso |
26.500
kg (máximo, na decolagem) |
Velocidade |
2.450
km/h (máxima) |
Alcance |
3.000
km (máximo, com tanques extras) |
Motorização |
02
turbinas Klimov RD33K, com empuxo unitário de 88 KN |
Carga
bélica |
5.500
kg |
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