Soldado da Legião Árabe

Atuação: Jordânia - 1953


Chamada oficialmente Al Jaysh al Arabi (Exército árabe) e mais conhecida como Legião Árabe essa força, criada em 1920 pelo capitão inglês F.G.Peake com o objetivo de manter a segurança interna no território leste da Palestina, era composta no início por cinco oficiais, 75 carabineiros montados e 25 atiradores de metralhadoras. Um ano mais tarde, Peake recebeu ordens de ampliá-la para cerca de 750 homens, organizados em companhias de infantaria, cavalaria e artilharia. Sob o comando dos britânicos, a Legião Árabe continuou a se expandir e em 1931 o major J.B.Glubb formou uma nova unidade, a Patrulha do Deserto, montada em camelos e destinada a acabar com os saques promovidos pelas tribos nômades.

Durante a Segunda Guerra Mundial, ante a ameaça crescente da influência alemã na Síria e no Iraque foi constituído o Regimento Mecanizado, tendo a Legião participado de campanhas nestes dois países. Por permanecer sob a tutela britânica, sua aparência era de uma tropa típica do exército de Sua Majestade, apesar de ser uma corporação de soldados do Oriente Médio: uniformes, equipamentos, armas, tipo de tática e treinamento empregados, tudo tinha origem inglesa.

O verdadeiro teste à capacidade da Legião ocorreu em 1948, com a retirada dos britânicos da região e a criação do Estado de Israel. No dia 15 de maio a Legião Árabe atravessou o rio Jordão, protegendo as cidades de Nablus e Ramallah contra incursões israelenses. Quatro dias depois efetuou um ataque para defender a Cidade Velha de Jerusalém e após nove dias de intensos combates conseguiu ocupar a cidade, apesar da falta de reservas, munições e suprimentos. Em 1949, quando foi restaurada a paz, a Legião já ocupava toda a mergem esquerda do Jordão, que se integrou ao reino da Jordânia.

A guerra Árabe-Israelense de 1948 levou a uma rápida expansão da Legião que chegou a um efetivo de 10.000 homens, em 1956 já eram 25.000, em dez batalhões de infantaria, apoiados por carros de combate, veículos blindados e obuseiros. O fortalecimento do nacionalismo árabe aumentou a oposição aos elementos britânicos integrados à Legião, reforçado pela participação da Grã-Bretanha na crise do canal de Suez em 1956, pressionando o rei Hussein a substituir todos os oficiais ingleses por jordanianos e a partir dessa época a Legião teve seu nome mudado para Exército Árabe da Jordânia.

Com a exceção óbvia do fez e do turbante, todo o uniforme deste soldado jordaniano é de origem britânica. Trata-se de um traje de combate com cinturão-bandoleira, modelo 1937. O posto de sargento evidencia-se pelas três divisas no braço direito; o 9º Regimento, do qual faz parte, é indicado pelas cores vermelho-verde-vermelho na faixa do ombro e pelo cordão de disparo, também nas cores regimentais. No turbante prende-se o distintivo de prata da Legião Árabe. A arma padrão dos legionários era o fuzil n° 4 britânico, calibre .303 (7.62 mm), mas os oficiais não comissionados portavam submetralhadoras Sten MkV, de 9 mm.

 



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