O ouro dos nazistas

Teriam os nazistas e os bancos suíços conspirado para roubar o ouro dos judeus?



A história se repetia nos campos de concentração de toda a Europa. Os cadáveres de judeus mortos nas câmaras de gás tinham todas as suas obturações de ouro retiradas por comandos especiais, os sonerkommandos. Esses dentes de ouro, as jóias e os anéis saqueados eram enviados ao departamento de metais preciosos do Reichsbank de Berlim, onde as peças menores eram fundidas e as demais iam para a Degussa, maior firma de fundição do país, para transformá-las em ouro em barras. Eram então depositadas em uma conta secreta em nome de "Max Heiliger", da qual somente a elite econômica do Terceiro Reich tinha conhecimento.

Em seguida eram enviadas para a neutra Suíça, cujos banqueiros, mesmo sabendo que o ouro era fruto de pilhagens, aceitavam essa remessas, transformando-se nos principais provedores de recursos à Alemanha, permitindo que os nazistas comprassem matérias-primas essenciais. Mas este dinheiro tinha outra finalidade: custear a fuga de criminosos de guerra para países que simpatizavam com o nazismo. Na operação "Terra do Fogo", milhares de libras de ouro foram enviadas para a Argentina, transportadas em submarinos, os U-Boats, como pagamento pela acolhida de dois mil oficiais alemães. Quando as forças aliadas chegaram à Alemanha, as equipes de investigação ficaram assustadas com as verdadeiras montanhas de ouro pilhadas pelas SS. No entanto, ao invés de o devolverem aos seus legítimos donos, apoderaram-se dele, parte ficando com alguns oficiais do Exército americano, parte financiando as atividades anticomunistas na Europa Central e nos Balcãs.

O pessoal da Inteligência foi encarregado de reclamar o capital alemão como pagamento por indenizações de guerra. Em 1946, os Aliados e os suíços assinaram um acordo estipulando que uma quantidade desse ouro se destinaria à reconstrução da Europa. Em troca as ações judiciais contra a Suíça e seu Banco Nacional seriam retiradas. O relatório oficial dos Estados Unidos sobre o ouro nazista, publicado em 1997, ou seja 52 anos depois do fim da Segunda Guerra, revelou que o encobrimento fazia parte do panorama político do período pós-guerra e que a luta contra o comunismo era prioritária. Revelou ainda que restavam aproximadamente 45 milhões de libras em ouro, depositados nos cofres do Banco da Inglaterra e no Federal Reserve em Nova York pertencentes às vítimas do Holocausto e a seus herdeiros. Os Aliados recuperaram apenas 12% de todas as reservas alemãs em bancos suíços, calculadas em 4 bilhões de libras em preços de hoje.




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