Ranking
do Poder Militar na América do Sul - 2011 / 2012 |
O
presente estudo foi elaborado utilizando-se uma metodologia
exclusiva desenvolvida pelo Military Power Review, onde foram
analisados fatores militares, econômicos e geopolíticos
de cada país, atribuindo-se pontos e um peso para cada item
de acordo com sua importância, que em sua totalidade refletiram
a escala de poder das principais nações sul-americanas: |
País |
Exército (pontos) |
Marinha (pontos) |
Força
Aérea (pontos) |
Efetivos / Pop. (pontos) |
G.M.
/ PIB (pontos) |
EDN (pontos) |
P.E.
(pontos) |
Total
de pontos |
Ranking |
Brasil |
356 |
171 |
484 |
10 |
30 |
25 |
35 |
1.111 |
1º |
Chile |
198 |
114 |
219 |
40 |
50 |
30 |
14 |
665 |
2º |
Peru |
202 |
120 |
190 |
30 |
30 |
20 |
2 |
594 |
3º |
Colômbia |
99 |
74 |
231 |
40 |
50 |
30 |
24 |
548 |
4º |
Venezuela |
152 |
78 |
218 |
20 |
20 |
35 |
10 |
533 |
5º |
Argentina |
192 |
109 |
140 |
10 |
20 |
15 |
13 |
499 |
6º |
Equador |
59 |
55 |
112 |
20 |
50 |
15 |
-10 |
301 |
7º |
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Análise: |
Apesar de uma pequena recuperação econômica, a crise global dos últimos anos ainda reflete nos países da região. O Brasil, mais uma vez, graças ao seu mercado interno e aos ajustes feitos na economia nos anos anteriores, resistiu bem aos efeitos da crise, tentando agora manter um crescimento autosustentável para os próximos anos, embora não estando totalmente imune à instabilidade econômica mundial. A nova presidente Dilma Roussef tenta dar continuidade aos programas de reaparelhamento das Forças Armadas, com o fortalecimento da indústria nacional de defesa, ainda que permaneçam no horizonte os constantes contingenciamentos de verbas. Na Argentina, com a reeleição da presidente Cristina Kirchner, as FFAA permanecem sem investimentos de vulto, uma vez que não são uma prioridade para o atual governo, não existindo a intenção no curto prazo de modernizar ou substituir equipamentos que estão chegando ao fim de suas vidas úteis. O Chile ostenta atualmente uma situação econômica relativamente equilibrada, porém não foram efetivadas no período aquisições significativas de material bélico. Na Colômbia, o governo manteve a política de atualização dos equipamentos das FFAA, fortalecendo-as para o combate às FARC, que debilitada ano após ano, buscou um acordo de cessar fogo com o presidente Juan Manuel Santos, o que pode trazer mais calmaria ao país e à região. No Peru, o novo presidente Ollanta Humala vem enfrentando seguidos protestos internos, mas a economia teve bom desempenho com aumento da oferta de empregos. Na área militar são aguardadas autorizações para a aquisição ou modernização dos equipamentos que se encontram em adiantado estado de obsoletismo. Na Venezuela, o presidente Hugo Chavez participará de uma eleição em outubro de 2012 sob as incertezas de seu resultado, já que sua popularidade só está forte junto às classes mais baixas da população. O governo continua investindo na compra de material bélico predominantemente de origem russa, aproveitando-se dos preços internacionais do petróleo e das linhas de crédito abertas pela Rússia. O Equador vive o maior período de prosperidade e estabilidade política desde a redemocratização do país em 1979, com a economia sendo beneficiada pelas recentes altas no preço do petróleo, permitindo ao presidente Rafael Correa iniciar um processo de modernização de suas FFAA. Ainda que seja um processo moroso por natureza, devido às implicações negociais, econômicas e políticas inerentes a este tipo de negociação, verifica-se no continente um aumento dos programas de aquisição ou modernização de equipamentos militares, seja por interesse governamental, seja por extrema necessidade diante da crescente obsolescência do material bélico em uso, alguns beirando os 40 anos de serviço operativo. Na presente análise optamos por valorizar a quantidade de aeronaves de caça das Forças Aéreas e de carros de combate (MBT) dos Exércitos, haja vista a importância destas armas em qualquer conflito e o poder que elas têm de definir o seu resultado. O Brasil continua liderando o ranking com certa vantagem sobre os demais, por conta ainda do tamanho de seu aparato militar, mas também devido aos investimentos que têm sido feitos no reaparelhamento das três Armas nos últimos dois anos. O Chile mantém o 2º lugar, sempre fazendo investimentos racionais, buscando modernizar e profissionalizar suas FFAA. O Peru conseguiu assegurar a 3ª posição do ranking anterior, com poucas novidades em aquisição de material novo, mas se esforçando para modernizar parte de seu inventário. A Colômbia, ainda graças à ajuda americana, sustenta o 4º lugar, suplantando a Venezuela, que devido aos constantes investimentos no período ultrapassou a Argentina, que agora ocupa uma simples 6ª posição, extremamente decepcionante para um país que outrora rivalizava com o Brasil, o que reflete o total descaso dos governos pós regime militar com a pasta da Defesa. O Equador embora venha melhorando seus investimentos na área, suas FFAA ainda não possuem tamanho suficiente para tirá-la da última posição do ranking. |
Situação
atual e perpectivas: |
Brasil: a Força Aérea, até setembro de 2012, continua sem definição para o Projeto F-X2, que foi prorrogado para o primeiro semestre de 2013. A primeira aeronave A1-AM (AMX) modernizada já está fazendo voos de testes e as primeiras unidades devem ser entregues a partir do ano que vem. As três primeiras aeronaves de patrulha marítima Lockheed P-3M Orion foram entregues ao serviço ativo, servindo para análise operacional e treinamento das futuras equipagens. A Força Aérea recebeu um total de 15 helicópteros UH-60 Black Hawk, restando mais três unidades a serem entregues. Foi iniciado processo para a aquisição de pelo menos dois aviões de reabastecimento em voo, dentro do programa KC-X2, para substituir os antigos Boeing KC-137. Visando fortalecimento da defesa anti-aérea adquiriu nove radares de fabricação nacional SABER M60 e deverá iniciar licitação para a aquisição de sistemas de mísseis anti-aéreos de médio alcance, para reforçar a segurança na Copa do Mundo 2014 e nas Olimpíadas Rio 2016. No que tange a aeronaves remotamente controladas (VANT) foram adquiridos dois sistemas israelenses Hermes 450, mas prossegue o desenvolvimento de diversos tipos de VANT por empresas brasileiras; o Exército Brasileiro assinou contrato para aquisição do primeiro lote de avaliação do blindado de transporte sobre rodas VBTP Guarani totalizando 86 unidades e completou o recebimento de 220 unidades dos carros de combate alemães Leopard 1A5. Iniciou-se a modernização de 150 unidades do blindados M-113B e foi disponibilizado recursos para a aquisição de pelo menos três baterias do sistema ASTROS 2020, capaz de lançar foguetes guiados de 300 mm. Lançado o processo de criação do SISFRON (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras), estimado em US$ 6 bilhões, que integrará diversos sensores ao longo de toda a fronteira seca do país com onze de seus vizinhos sul-americanos; a Marinha recebeu os primeiros quatro helicópteros novos Seahawk S-70B, de um total de seis, para combate anti-submarino, assinou contrato para modernização de 12 aeronaves AF-1 Skyhawk e está adquirindo 26 blindados anfíbios AAV7 CLANF para os Fuzileiros Navais. Dentro do programa PROSUPER, ainda analisa as propostas dos diversos estaleiros internacionais e aguarda disponibilidade de verbas, para iniciar a construção de pelo menos 5 fragatas de 6.000 ton., 5 navios OPV de 1.800 ton. e um navio de apoio logístico de 32.000 ton. A Marinha adquiriu três navios OPV de 2.000 ton. novos, em uma compra de oportunidade, que haviam sido construídos na Grã-Bretanha para a Marinha de Trinidad e Tobago, que não pode adquirí-los por falta de recursos.
Chile: a Força Aérea completou a dotação
de 46 aeronaves de caça F-16, sendo 10 F-16C
Block 50 novos de fábrica e 36 F-16A MLU usados da Holanda.
Estão operacionais as 12 aeronaves Embraer A-29 Super
Tucano para treinamento e operações COIN. Foram
incorporadas três aeronaves KC-135E para reabastecimento
em voo e adquiridos pelo menos 3 sistemas de aeronaves remotamente
controladas (VANT) Hermes 900, de origem israelense; a Marinha
incorporou mais um navio OPV de 1.800 ton, construído
localmente, adquiriu da Marinha francesa um navio LSD (Desembarque
Doca) e já recebeu as três aeronaves de patrulha
marítima C-295 MPA. |
Notas
importantes: > Exército: pontuaram tanques pesados (MBT), blindados 6x6 e 8x8 artilhados, blindados de transporte de tropas, canhões autopropulsados e helicópteros. >.Marinha: pontuaram navios-aeródromos, submarinos, fragatas, corvetas, navios de patrulha, helicópteros e aviões de esclarecimento marítimo/patrulha/anti- submarinos. > Força Aérea: pontuaram aviões AEW&C/SR, caças, aviões de ataque (a jato), aviões leves de treinamento/ataque, aeronaves de transporte/reabastecimento em vôo e helicópteros. > Efetivos / Pop. = índice do total de efetivos das três Armas em relação à população do país. Quanto maior este índice maior a pontuação recebida (de 10 a 50 pontos). > G.M./ PIB = índice dos gastos militares em relação ao Produto Interno Bruto(PIB). Quanto maior este índice maior a pontuação recebida (de 10 a 50 pontos). > EDN = Estratégia de Defesa Nacional: considerou-se planejamento de longo prazo, vontade política, interesse no fortalecimento das Forças Armadas, indústria bélica e Política de Defesa Nacional. > P.E. = Projeção Estratégica: considerou-se a população total, área do país, efetivos militares, Produto Interno Bruto (PIB), capacidade de mobilização e atuação em missões de paz da ONU. > Nota do editor 1: A partir da edição 2008, alteramos a pontuação de alguns equipamentos para que refletissem melhor a sua importância, o que fez a pontuação final de cada país aumentar em relação aos resultados de 2004 e 2006. > Nota do editor 2: A partir da edição 2010, resolvemos ponderar o estágio atual da indústria e o grau de obsolescência dos armamentos, com o intuito de melhor refletir o real poder de disuassão de cada país. > Nota do editor 3: A partir da edição 2012, alteramos consideravelmente a pontuação pela quantidade de aeronaves de caça das Forças Aéreas e de carros de combate (MBT) dos Exércitos, o que evidentemente elevou a pontuação final de cada país em relação aos anos anteriores. |