O Grup Gerak Khas - GGK (Grupo de Serviços Especiais, em português) é um regimento de forças especiais do Exército da Malásia, preparado para conduzir missões de ação direta, guerra não convencional, sabotagem, contra-terrorismo e coleta de informações estratégicas. Sua origem remonta ao ano de 1965, logo após o breve confronto com a Indonésia, quando o Ministério da Defesa convocou voluntários das Forças Armadas para treinamento em ações de comandos, conduzido por instrutores do 40º Commando, dos Royal Marines ingleses. A seleção foi árdua e dos 300 integrantes iniciais apenas 15 foram aprovados para prosseguir no curso Basic Commando, de seis semanas. Desses, somente 4 oficiais e nove soldados conseguiram concluí-lo. A unidade ganhou fama e reconhecimento internacional com o sucesso da campanha contra a insurgência comunista nas selvas do país. O GGK é comandado por um general, tendo o tamanho de uma brigada e está composto pelo 11º Gerak Khas Regiment especializado em ações contra-terrorismo e pelos 21º e 22º Commando Regiment.

Os três estão capacitados a realizar guerra de guerrilha ou contra-guerrilha, fuga e evasão, subversão atrás das linhas inimigas, ações de sabotagem, contra-terrorismo, guerra assimétrica e combate em ambiente de selva, esta sua maior especialidade. A brigada conta ainda com unidades de apoio como Inteligência, Comunicações e Engenharia. Seus membros realizam exercícios e intercâmbio com as principais unidades de forças especiais da Grã-Bretanha, Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos. O GGK está atualmente baseado em Iskandar Camp, na cidade de Mersing, na província de Johore. Esta base possui uma área de 8 km² e suas instalações incluem mais de 200 edificações, 20 km de estradas, 3 pontes, um porto, área para saltos, entre outras, possibilitando o treinamento nas diversas situações e tipos de engajamento a que estarão sujeitos seus futuros integrantes. Todos os membros do GGK devem obrigatoriamente passar por cinco diferentes fases de treinamento: Treinamento de Campo, organizado em 5 semanas, onde são testados os níveis de resistência física e mental. Exaustivos exercícios físicos, manuseio de diversos tipos de armas e explosivos, noções de primeiros-socorros, táticas de combate e longas marchas com equipamento completo estão entre as atividades conduzidas; Treinamento de Selva, com duração de duas semanas, tido como o preferido pelos treinandos.

Nesta fase eles são expostos aos perigos inerentes a este ambiente, aprendendo técnicas de deslocamento em vegetação densa, táticas de patrulha e emboscada, e principalmente técnicas de sobrevivência; Treinamento em Pântano: nesta fase todos os voluntários são submetidos a uma marcha de 160 km em três dias, carregando um kit de 17 kg. A seguir, eles continuarão em uma área pantanosa por 7 dias, sem suprimentos ou roupas adequadas, onde aplicarão todas as lições de sobrevivência aprendidas até aqui; Treinamento no Mar: conduzido ao longo de duas semanas, aprendendo técnicas de navegação em botes ou pequenas embarcações, infiltração anfíbia utilizando-se botes infláveis semi-rígidos e técnicas de mergulho. No final eles devem atravessar os 160 km do Estreito de Málaca usando caiaques;

Treinamento de Escape e Evasão: os treinandos são divididos em grupos e devem se reportar a diversos agentes em pontos pré-determinados (checkpoint). Devem saber como localizar estes agentes e se evadir do inimigo que controlam a área. Se forem capturados, serão agredidos e torturados, mas ainda assim devem tentar escapar e continuar sua jornada até que alcancem o último checkpoint. O uniforme utilizado pelos membros do GGK é o padrão das demais unidades do Exército da Malásia, mas se distinguem por suas boinas verdes com a insígnia do Gerak Khas. O lema do grupo é "Cepat Dan Cergas" ou "Rápido e Ágil", e em sua insígnia estão representados um tigre (que denota bravura, ferocidade e poder) e uma adaga de comandos. Seus equipamentos incluem óculos NVG, botes infláveis e caiaques, fuzis de assalto SIG 553 e Steyr AUG, ambos de 5,56 mm, submetralhadoras da família HK MP-5, de 9 mm, rifle anti-material Barrett M95, de 12,7 mm, fuzil sniper HK PSG-1, de 7,62 mm, e pistolas automáticas Beretta 92 e SIG P226, ambas de 9 mm. Ao longo de sua história, o GGK participou de inúmeras missões no país e no exterior, destacando-se sua atuação na Batalha de Mogadíscio em 1993, como parte do esforço para resgatar os membros americanos dos Rangers e da Delta Force que lutavam desesperadamente pelas ruas da cidade. Participaram ainda de missões na Bósnia, Timor Leste, Líbano (UNAFIL) e Afeganistão (ISAF). É considerada atualmente uma das melhores tropas de elite da Ásia.