2ª
Guerra Indo - Paquistanesa
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Período |
1971 |
Área
do conflito |
Sul
da Ásia |
Protagonistas |
Índia
e Paquistão |
Histórico |
O
Paquistão emergiu como Estado em 1947, dividido em Paquistão
Ocidental e Paquistão Oriental, que tinham em comum o islamismo,
mas eram separados não só por 1.600 km de território
indiano como por diferenças de idioma, raça, cultura e estrutura
econômica. No verão de 1971 a parte Oriental queria sua independência
do Paquistão, proclamando a República Democrática
de Bangladesh. Com medo que uma onda de refugiados invadisse o país,
a Índia resolveu apoiar a criação da nova nação.
No início os indianos apenas ajudaram a armar e treinar uma força
militar do governo provisório que combatiam as forças paquistanesas.
Após um ataque da Força Aérea Paquistanesa(FAP) às
bases aéreas indianas, em 3 dezembro, a Índia reagiu, esperando
conter a ofensiva paquistanesa no Oeste e obter uma rápida vitória
no Leste. Em Caxemira o Exército
paquistanês (EP) atacou simultaneamente Punche e Chamba. Divisões
do 15° Corpo indiano resistiram, em duros combates, onde perderam
17 blindados e 440 homens, infringindo ao inimigo a perda de 36 blindados
e 1.350 soldados. As batalhas aéreas não tiveram papel decisivo
na guerra, mas a Força Aérea Indiana (FAI) realizou cerca
de 4.000 operações de combate no Oeste e 2.000 no Leste,
em missões de interdição, ataques às concentrações
tropas em terra e bombardeios. A FAP pouco pode fazer diante da superioridade
do adversário. No conflito naval a Índia afundou um submarino,
um destróier, um caça-minas e danificou uma dezena de outras
embarcações, perdendo somente uma fragata. No Leste a ofensiva
iniciou-se em 4 de dezembro, o 33° Corpo indiano avançou para
o sul rumo a Rangpur e Dinajpur com quatro brigadas e em três dias
superou a 16a.Divisão do EP, dominando as cidades em 15 de dezembro,
mas somente após vigorosa resistência. Mais ao sul, a 4a.Div.Montanha
e a 9a.Div.Inf. enfrentaram a 9a.Div.Inf.paquistanesa, tomando-lhe as
cidades de Jessore e Jhenida. As 8a., 23a. e 57a. Divisões de Montanha
atacaram Sylhet, Chandpur e Akhaura respectivamente, defendidas pela 14a.
Div.Inf do EP, que recuou através do rio Meghna, região
onde os indianos estabeleceram uma cabeça-de-ponte em Ashuganj.
Em 15 de dezembro as tropas da 167a.Brigada de Montanha, apoiadas pela
57a., entraram na capital Dacca, concluindo-se a rendição
das forças do Paquistão na região Oriental. |
Forças
envolvidas |
Índia:
2° Corpo (50a.Brigada paraquedista
e 3a.Brigada Blindada); 4° Corpo (8a., 23a. e 57a.Div.de Montanha) 15°
Corpo e 33° Corpo (2a. Div. e 71a. Brigada de Montanha); caças
SU-7, Mig 21, Hawker Hunter e Mystère. Perdas: cerca de 3.300 mortos e feridos; 73 tanques; 54 aviões. Paquistão: 2° Exército, 9a., 14a., 16a., 39a. e 93a. Divisões de Infantaria, um regimento blindado e seis regimentos de artilharia; caças Mirage III, F-104 Starfighter e F-86 Sabre. Perdas: cerca de 8.000 mortos e feridos; 220 tanques; 94 aviões. |
Principais
batalhas |
Conquista das cidades de Chamba, Rangpur, Jessore e da capital Dacca. Ataques aéreos da FAP, diurnos e noturnos sobre alvos estratégicos. Ataques navais a Karachi, no Paquistão Ocidental. |
Resultado
final |
Em catorze dias a Índia obteve uma mudança fundamental no equilíbeio de forças no Sul da Ásia. Suas tropas derrotaram o Exército paquistanês, até então considerado superior, restaurando o prestígio de seu Exército, abalado pelos reveses do conflito de 1965. A médio prazo as relações entre a Índia e o Paquistão melhoraram muito, enquanto as relações com o novo Estado de Bangladesh (ex-Paquistão Oriental) sofriam total inversão. Afastou-se de seu antigo aliado, restabeleceu relações com o Paquistão, seu ex-inimigo da luta pela independência e aproximou-se da China. © www.militarypower.com.br |