Como força militar, o Exército paquistanês tornou-se
sinônimo de confiabilidade e eficiência, a ponto de alguns
países vizinhos o requisitarem para ações de
segurança interna. Por ocasião da independência
e da divisão da Índia, em 1947, o novo Estado ficou
com as unidades muçulmanas do velho Exército indiano,
que havia sido organizado pelos colonizadores ingleses.
Famosos regimentos de cavalaria subsistem no Paquistão, assim
como a tradição de profissionalismo militar. Porém
equipar seus soldados com modernos equipamentos sempre se constituiu
em um problema. Até a guerra
de 1965, a Inglaterra e principalmente os EUA fornerciam armas
em abundância, mas esses dois países decidiram embargar
a ajuda militar quando tiveram início as hostilidades com a
Índia. A partir de então, os esforços de diversificação
dificultaram a vida dos soldados paquistaneses, pois a aquisição
de equipamentos chineses, franceses, russos e suecos resultou na complicação
do treinamento bélico e de manuntenção.
A grande eficiência militar do material humano tem origem na
natureza da sociedade paquistanesa: todos os soldados são voluntários
e jamais houve necessidade de serviço militar compulsório,
embora tivesse um efetivo de 450.000 homens e cerca de 500.000 reservistas.
Parte desta motivação podia ser atribuída a uma
forte tradição militar, pois a grande maioria dos recrutas
vinha do oeste do país, da região do Punjab e das áreas
da fronteira noroeste, onde a população era constituída
por siques, gurcas
e outras "raças guerreiras".
Jovens desses povos começam a nutrir interesse pela vida na
caserna muito antes de poder unir-se efetivamente às tropas.
O outro lado da moeda tem sido uma certa arrogância, em especial
entre os oficiais superiores, o que provavelmente comprometeu a conduta
dos paquistaneses nas campanhas de 1965 e 1971, mas ainda assim o
Exército tem sido a instituição de maior prestígio
popular do Paquistão.
A influência inglesa no uniforme e no equipamento deste soldado
é evidente: uma bandoleira britânica, modelo 1937, é
usada sobre uniforme de brim cáqui, enquanto uma rede de camuflagem
simples cobre o capacete inglês da Segunda
Guerra Mundial. A divisa preta sobre fundo vermelho indica a patente
do soldado, no caso membro da Força de Fronteira. Reforçando
o aspecto arcaico do Exército paquistanês de 1965, o
soldado carrega um velho fuzil de ferrolho móvel, também
da Segunda Guerra.