Fundos secretos Como são aplicados, secretamente, parte dos recursos do orçamento militar americano. |
Existem grandes interesses em jogo, com envolvimento das gigantes industriais que mantém laboratórios especializados, com centenas de engenheiros trabalhando nestes projetos, chamados pelos americanos de "black projects" por sua confidencialidade, como o Skunk Works, da Lockheed Martin, e o Phantom Works, da Boeing. A magnitude dos recursos alocados para tal finalidade é difícil de ser mensurada por uma razão: o orçamento do Pentágono engloba também o orçamento para todo o setor de Inteligência dos Estados Unidos. Contudo, analisando documentos não confidenciais, consegue-se identificar direcionamento de gastos para os "black projects" basicamente em três áreas do orçamento para 2009: em "Pesquisa e Desenvolvimento" a USAF foi contemplada com US$ 17,5 bilhões para "desenvolvimento de sistemas operacionais", mas os itens listados nesta rubrica totalizam somente US$ 7,2 bilhões (diferença de US$ 10,3 bilhões); em "Outros Equipamentos de Apoio e Manutenção de Bases" são listados itens no total de US$ 800 milhões, tendo esta rubrica sido contemplada com US$ 13,4 bilhões (diferença de US$ 12,6 bilhões); e em "Outros Programas" há uma disponibilidade de US$ 11,7 bilhões. Evidentemente que estas verbas não são desviadas para outras finalidades que não a sua aplicação em sistemas de defesa. Apenas não são debatidas ou solicitadas abertamente por motivos de segurança, mas mesmo assim o Congresso americano mantém diversas comissões que analisam os itens do orçamento militar antes de sua aprovação em plenário. Uma preocupação comum é o possível desperdício na aplicação de recursos nos "black projects", por falta de visão dos planejadores ou pela duplicação de esforços entre os projetos abertos e os programas secretos. Os congressistas desejam um pouco mais de transparência no controle destes gastos, não só como uma satisfação ao contibuinte americano, mas também como uma forma de direcionar melhor a aplicação das verbas, evitando utilizar bilhões de dólares no desenvolvimento de armas que terão pouca utilidade no futuro ou não atenderão plenamente aos requisitos operacionais das Forças Armadas, acabando por serem impiedosamente cancelados, como foram os programas do sistema de artilharia Crusader e do helicóptero de ataque AH-66 Comanche. |
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