Special Tactics Squadrons (STS) - EUA

Paraquedistas de resgate da USAF em ação Os Special Tactics Squadrons - STS (Esquadrões de Táticas Especiais) são equipes formadas por uma combinação de controladores aéreos de combate e paraquedistas de resgate (em inglês, pararescuemen, parajumpers ou PJ), operacionalmente vinculados ao AFSOC (Air Force Special Operations Command) da Força Aérea Americana (USAF). Sua origem remonta ao início da Segunda Guerra Mundial, quando aeronaves e tripulações foram utilizadas em operações clandestinas, não convencionais e guerra psicológica, nos teatros da Europa e do Pacífico. Em uma dessas missões, equipes com homens do OSS (Office of Strategic Services) foram lançadas de paraquedas em território inimigo onde se reuniram com agentes da resistência para organizar e executar operações de guerrilha contra as tropas alemães, em preparação para o Dia D, o desembarque Aliado na Normandia (Operação Overlord). Nos dias atuais, cada Special Tactics Squadron é formado por três equipes, cada uma com 20 homens, sendo 2 oficiais. Metade de cada equipe é composta por controladores aéreos de combate e a outra metade por paraquedistas de resgate. Elas frequentemente operam em conjunto com os SEAL, Rangers ou unidades de forças especiais de reconhecimento estratégico, busca e resgate em combate (C-SAR), e de ações diretas. Todos os membros dos STS são voluntários, altamente motivados, com excelente condição física e psicológica, capazes de executar missões no ar, na terra ou no mar carregando cerca de 60 kg de equipamentos e armas. Seja descendo por fast-rope com uma companhia de Rangers, executando saltos HALO com um A-Team ou saindo de um submarino com um pelotão SEAL, as equipes STS sempre adicionam um elemento altamente letal para qualquer uma das forças especiais dos Estados Unidos.

Operando sob a coordenação do AFSOC, a composição das equipes STS pode variar de acordo com o perfil da missão a ser executada: se a tarefa é de busca e resgate em combate de um piloto abatido atrás das linhas inimigas, a equipe terá em sua maioria os parajumpers, por outro lado, se a tarefa é capturar e manter uma pista de pouso, a equipe será montada predominantemente por controladores aéreos de combate. Como cada missão tem um perfil específico, os membros dos STS são treinados para enfrentar as condições mais adversas possíveis buscando sempre se superar, adaptar ou improvisar para alcançar seus objetivos. Os controladores aéreos de combate são especializados em infiltrações táticas por via aérea, por mar ou por terra em ambientes hostis, prontos para estabelecer zonas de assalto e coordenar o tráfego das aeronaves envolvidas. Zonas de assalto podem ser áreas para lançamento de paraquedistas, para desembarque de tropas helitransportadas, para pouso de aeronaves de asa fixa, para uma exfiltração de combatentes ou para lançamento de cargas à baixa altitude. Os controladores também são responsáveis pela orientação do tiro efetuado por aeronaves AC-130 Spectre, conhecidas como "canhoneiras voadoras". Estão ainda capacitados a prover Comando, Controle, Comunicações, Computação, Inteligência e Informação (C4I2) em regiões avançadas dentro do campo de batalha, além de estarem qualificados em ações de demolição e sabotagem, bem como prontos para remover obstáculos ou obstruções em uma zona de assalto. Não menos importantes, os demais membros da equipe STS, os paraquedistas de resgate, estão preparados para prestar o atendimento médico necessário para estabilizar e evacuar os feridos. Eles fazem a triagem e tratam os enfermos utilizando-se das mais modernas técnicas e procedimentos da medicina. Mas estão aptos a combater, se necessário, podendo atuar como artilheiros nas aeronaves, como observadores durante a busca ou participar de ações para proteger o perímetro ou àqueles a que foram salvar.

Controladores aéreos de combate da USAF em ação O treinamento para os candidatos a membros do STS, conhecido como "oleoduto", é uma longa e árdua jornada que leva 32 semanas para ser completada pelos controladores aéreos, sendo que para os PJs o tempo é ainda maior pois recebem treinamento específico em atendimento médico, ministrado pelo Medical Training Center, em Fort Bragg. Tudo começa com a semana de orientação em Lackland Air Force Base (AFB), Texas, onde os estudantes gastam a maior parte do tempo se preparando fisicamente para as fases seguintes e têm aulas sobre a história e os fundamentos do controle aéreo. A seguir vão para a Keesler AFB no Mississippi, onde se realiza o curso de operador de controle aéreo com duração de 15 semanas, onde aprendem a reconhecer os tipos de aeronaves e suas performances, procedimentos de auxílio à navegação aérea, meteorologia, controle de tráfego aéreo e leitura de radares, entre outros. As próximas três semanas se passam em Fort Benning, na US Army Airborne School, onde aprenderão as noções básicas de paraquedismo e após vários treinamentos em solo executam cinco saltos de aeronaves, recebendo então a Silver Wings, o brevê dos paraquedistas americanos. Agora em Fairchild AFB, em Washington, passarão duas semanas e meia na USAF Basic Survival School, aprendendo sobre as técnicas básicas de sobrevivência, com as quais se manterão vivos e poderão retornar a salvo do território inimigo. As últimas treze semanas se passam na Pope AFB, na Carolina do Norte, cursando a Combat Control School onde são dados os toques finais na formação do candidato. A instrução inclui exercícios físicos, táticas de pequenas unidades, navegação no terreno, comunicações, preparação de zonas de assalto, técnicas de demolição, apoio de fogo e operações em campo, incluindo paraquedismo.

Ao completarem esta fase, cada graduado recebe a tão almejada boina vermelha e a insígnia de controlador aéreo de combate. Inicia-se então um período de treinamento de habilidades avançadas, com duração de um ano, em Hurlburt Field na Flórida, sede do quartel-general do AFSOC, onde os estudantes se familiarizam com as técnicas específicas dos STS tais como captura de aérodromos, busca e resgate em combate, recuperação aquática com botes Zodiac e solicitação de apoio aéreo aproximado, com exercícios em sala de aula e em campo. O curso de mergulhador de combate é realizado na US Army Combat Divers School, em Key West na Flórida, e em quatro semanas aprendem as técnicas de mergulho usando sistema de circuito fechado SCUBA, busca e infiltração subaquática e navegação subaquática de longa de distância com orientação por bússola. O curso avançado de paraquedismo ocorre na US Army Military Free Fall Parachutist School em Fort Bragg, onde durante cinco semanas aprendem as técnicas de salto a grande altitude e abertura do paraquedas próximo ao solo (HALO) e salto a grande altitude e abertura do paraquedas logo a seguir (HAHO), com cada estudante realizando um mínimo de 30 saltos em queda livre, tanto de dia quanto à noite. Fundamentais em qualquer teatro de operações, os controladores aéreos de combate e os paraquedistas de resgate tiveram atuações destacadas em diversos conflitos como na Guerra do Vietnã (1963-1975), na invasão da ilha de Granada (outubro de 1983), no ataque à Cidade do Panamá para a captura do general Noriega (Operação Justa Causa, em 1989), nas Guerras do Golfo (Iraque, 1990 e 2003), na intervenção na Somália (1992) e no Afeganistão (2001-2015).




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