Míssil
antinavio RBS 15 - Suécia |
O
RBS-15 (Robotsystem 15) é um míssil
antinavio superfície-superfície e ar-superfície
de longo alcance do tipo “dispare e esqueça”,
sendo que a versão posterior Mk.III também
tem a capacidade de atacar alvos terrestres e foi
desenvolvido pela empresa sueca Saab Bofors Dynamics
a partir do míssil RB-04, usado pela
Força Aérea Sueca. A frente do míssil
foi mantida, incluindo a ogiva, mas a traseira recebeu
novas asas e um motor turbofan substituiu o foguete
usado anteriormente. O projeto, sob a liderança
de Hans Ahlinder, elaborou uma proposta para um míssil
com desempenho superior ao americano Harpoon.
O contrato de aquisição foi assinado
em 1979 e os primeiros mísseis foram entregues
à Marinha em junho de 1984, tornando-se operacional
no ano seguinte. A versão Mk.I foi produzida
até 1990. O desenvolvimento de uma versão
mais avançada, o RBS-15 Mk.II, tem o mesmo
alcance (cerca de 70 km), mas o sistema de orientação
de meio curso e terminal, bem como o radar e a assinatura
IR foram atualizados. O Mk.II é produzido
desde 1998. O desenvolvimento do RBS-15 Mk.III, em
cooperação com Diehl BGT Defense
of Germany, teve ênfase em um maior alcance
(para cerca de 200 km), maior precisão com
GPS integrado e seleção de alvos prioritários,
o que melhorou a flexibilidade do sistema de armas.
O Mk.III foi selecionado para as corvetas
da classe K-130 Braunschweig
da Marinha alemã e está em produção
desde 2004. O RBS-15 Mk.III está disponível
em três versões, para lançamento
a partir de terra (montado em caminhões), de
navios e por aeronaves. A variante antinavio pode
ser instalada em navios de guerra de pequeno e grande
porte, como barcos de patrulha rápidos, fragatas
e corvetas. O míssil é facilmente integrado
ao sistema de gerenciamento de combate e pode ser
operado como arquitetura autônoma ou totalmente
integrada. A versão ar-superfície é
adequada para aeronaves de caça modernas. As
baterias de mísseis lançados a partir
de caminhões, são plataformas altamente
móveis e que podem ser rapidamente posicionadas,
permitem o lançamento do míssil de posições
ocultas fornecendo defesa costeira contra forças
hostis. A parte dianteira do míssil RBS-15
Mk.III inclui os sistemas de orientação,
sensores eletrônicos, seguida pela ogiva e o
tanque de combustível. Na seção
traseira estão montadas as asas (cruciformes,
que podem ser retraídas durante o armazenamento),
o motor turbojato e os dois motores auxiliares paralelos
(estes presentes apenas nas variantes lançadas
a partir de navios ou de caminhões). É
movido por um motor turbojato TR 60-5 de empuxo variável
desenvolvido pela Microturbo, que incorpora um compressor
axial de 3 estágios, fornecendo um empuxo de
350 a 440 KN. O míssil tem comprimento de 4,35
m, diâmetro da fuselagem de 0,5 m, envergadura
de asa de 1,4 m e sua fuselagem é feita de
materiais compostos. Com pesos de lançamento
e em voo são 800 kg e 650 kg, respectivamente,
o RBS-15 Mk.III pode atingir alvos dentro do alcance
de 200 km, enquanto viaja a uma velocidade subsônica
de Mach 0.9 em voo de cruzeiro.
Seu sistema de orientação e controle inclui um sistema de navegação inercial, um receptor GPS, um altímetro radar e um localizador de alvo por radar banda Ku, sendo extremamente resistente às contra-medidas eletrônicas (ECM). Dois ou mais mísseis podem ser programados para atingir o alvo simultaneamente, de várias direções, para melhor penetrar as defesas aéreas dos navios de guerra, apresentando baixa seção transversal de radar e assinatura IR. Com recursos sofisticados de discriminação e seleção de alvos, o RBS-15 Mk.III voa rente à superfície do mar com capacidade de fazer manobras evasivas imprevisíveis e na fase terminal, o míssil aumenta seu empuxo para escapar das defesas da embarcação alvo. Pode ser equipado com uma ogiva de fragmentação HE otimizada e altamente eficiente, que pode penetrar o casco de qualquer navio moderno. Em março de 2017, a Saab recebeu um pedido de um míssil antinavio de nova geração para substituir o RBS-15, avaliado em US$ 380 milhões. No ano seguinte, a empresa apresentou o RBS-15 Mk.IV Gungnir, novamente em cooperação com a Diehl BGT, que foram encomendados pela agência governamental sueca FMV para equipar as corvetas da classe Visby da Marinha e pelos caças JAS Gripen E da Força Aérea, com as primeiras unidades programadas para serem entregues em meados da década de 2020. O termo "Gungnir" refere-se à lança do deus nórdico Odin na mitologia escandinava. O míssil foi projetado para dominar o ambiente litorâneo e oferecer uma solução duradoura e adaptável para atender às necessidades futuras de defesa naval, terrestre e aérea em todo o mundo. O radar ativo de banda J a bordo do Gungnir é integrado a um sistema de navegação inercial (INS) de alta precisão, podendo operar sob quaisquer condições climáticas, fornecendo um maior grau de precisão ao discriminar alvos e envolvê-los mesmo nas condições mais adversas. Um novo link de dados permite aos operadores redirecionar o míssil durante o voo. Também é equipado com um sistema de posicionamento global (GPS) anti-jamming e outras tecnologias autônomas avançadas que aumentam sua capacidade de sobrevivência. A ogiva, de alto poder destrutivo, foi deslocada para a seção do meio da fuselagem e pesa aproximadamente 200 kg. Seu alcance foi estendido para mais de 300 km, bem maior do que o das outras versões da família RBS-15. Atualmente está em serviço, ou encomendado, na Suécia, Finlândia, Alemanha, Polônia, Croácia e Tailândia. Segundo algumas fontes, a Força Aérea Brasileira (FAB) deve adquirir um lote de mísseis antinavio RBS-15 para serem operados a partir dos novos caças F-39 Gripen E.
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