Anatomia de um assassinato Como a CIA idealizou variados e criativos métodos para dissimular um assassinato. |
A capacidade de assassinato da CIA, que chegou ao seu ápice nos anos 60, teve sua origem nos programas iniciados durante a Segunda Guerra Mundial, com a criação de um grupo de especialistas do governo, a "Divisão 19", que desenvolvia um arsenal de venenos químicos e biológicos como a botulina, uma toxina poderosa. No período pós-guerra mercenários foram contratados entre os nacionalistas ucranianos para eliminar agentes soviéticos e a CIA estabeleceu uma unidade de "assuntos escusos" que seriam tratados pelo Technical Services Staff (TSS). No prédio onde funcionava o TSS haviam armas e munições soviéticas de todos os tipos e calibres, para que a autoria dos assassinatos fosse imputada aos comunistas, armazenagem de venenos e bacilos, e onde se experimentavam os engenhosos artefatos que seriam usados nas ações de assassinato: guarda-chuvas, cigarros, canetas e câmeras adaptados para disparar balas ou alojar facas e baionetas; farinha de trigo explosiva que poderia ser usada para cozinhar; equipamentos de escuta ou vigilância em forma de alfinetes de gravata ou abotoaduras.
Durante a presidência de Jimmy Carter estes atos foram considerados ilegais, mas quando Ronald Reagan assumiu, os programas de ação clandestina da CIA aumentaram espetacularmente, graças à direção de William Casey. Em tempos de paz existem poucos incentivos para adotar a política de assassinatos. Porém quando surge uma crise, a execução transforma-se em uma atraente opção para os especialistas em operações clandestinas e isto não se constitui em um dilema moral para eles. |
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